Alcaraz: «Quando me olhar ao espelho vou continuar a ser o mesmo miúdo. Não vou mudar»

Por José Morgado - Setembro 12, 2022

Carlos Alcaraz passou horas depois de conquistar o US Open pela sala de conferências de imprensa e… não fugiu a nenhuma questão. O espanhol assumiu que não esperava que o sucesso aparecesse tão rápido, conta quando começou a sentir que poderia ganhar um Grand Slam, assegura que continuará a trabalhar duro e que jamais deixará de ser o miúdo humilde de El Palmar, Múrcia…

UMA LOUCURA GANHAR UM SLAM E SER NÚMERO 1

É uma loucura ser campeão de Slam e número 1. Eu nunca senti que conseguiria isso aos 19 anos. Tudo apareceu e aconteceu tão rápido. É algo com que eu sonhava desde criança. Agora estou a desfrutar do momento. Mas, claro, estou com fome para mais. Quero estar no topo por muitas semanas, muitos anos. Vou trabalhar duro. Vou lutar por mais. ‘Felicidade’ é a palavra que descreve o meu torneio.”

PERDEU A FELICIDADE NO VERÃO

Em Montreal e Cincy perdi a alegria. Não conseguia sorrir em court, senti a pressão. Vim aqui só para voltar a desfrutar do meu ténis, sorrir. Adoro jogar ténis. Queria divertir-me, dar o meu melhor e o nível apareceu.”

Confirmado: Alcaraz não descansa e joga a Taça Davis já na quarta-feira

QUANDO SENTIU QUE PODIA GANHAR UM GRAND SLAM?

“Depois de ganhar o Masters 1000 de Miami. Até aí achava que podia chegar longe num Slam mas não ganhá-lo. Ao ganhar esse torneio, o chip mudou.”

SUCESSO NÃO VAI MUDÁ-LO

“Amanhã quando me olhar ao espelho vou continuar a ser o mesmo miúdo. Orgulhoso de ser de El Palmar, de Múrcia. Orgulhoso por ser espanhol. Vou voltar para Espanha e estar com os meus amigos, com a minha família, com o meu povo.”

CABEÇA, CORAÇÃO E ‘COJONES’

“É preciso bastante dos três elementos e acho que tive todos num nível elevado neste US Open. Eu surpreendi-me com o quão forte eu fui mentalmente. Depois de perder o 3.º set contra o Sinner, depois de perder o 4.º contra o Tiafoe. Eu continuei duro. Eu nem sempre fui forte mentalmente quando era mais jovem.”

MUITO POR MELHORAR

“Concordo com o Juan Carlos. Estou a 60 por cento e tenho de melhorar tudo. Os membros do Big Three melhoraram muito ao longo dos anos mesmo já estando no topo”.

O MAIS NOVO NÚMERO 1 DE SEMPRE

“É um recorde incrível, mas o que eu quero é estar 20 anos no topo como o Big Three. Isso é muito mais difícil. Não me quero comparar a eles, mas quero ser como eles”.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt