Alcaraz: «O pior de ser eu? Não posso ser um rapaz normal»

Por José Morgado - Maio 22, 2022
alcaraz-press

Carlos Alcaraz, jovem espanhol que chega a Roland Garros 2022 com 19 anos mas já no sexto posto do ranking mundial, passou este domingo pela sala de conferências de imprensa em Paris depois de uma boa vitória diante do argentino Juan Ignacio Londero.

SEMANAS DESDE MADRID ATÉ ROLAND GARROS

Recuperei o meu pé, tornozelo e tudo isso. Tive alguns dias de folga em casa, com amigos e família. Treinei depois um pouco de forma progressiva para para me preparar para este torneio.

CHARY, CARLOS OU CARLITOS?

Chamo-me a mim de Charly mas não me importo que me chamem Carlitos ou Charly.

O MELHOR E O PIOR DE SER CARLOS ALCARAZ

A melhor coisa de ser o Carlos Alcaraz neste momento é o facto de estar a cumprir os meus sonhos, jogar nestes torneios, nestes estádios. Não é para toda a gente. A pior coisa é que não posso ser normal e fazer tudo o que me apetece.

ESTILO DE TÉNIS DIFERENTE

Sempre fui agressivo, sempre fui eu mesmo em court. Sempre fui fiel ao meu estilo. Tenho tentado focar-me apenas em cada torneio e encontro sem reparar nas redes sociais naquilo que toda a gente diz sobre mim. O meu foco é jogar bem e estar pronto.

PRIMEIRO ENCONTRO NO CHATRIER, ONDE MUITOS ESPANHÓIS JÁ BRILHARAM

Surpreendeu-me jogar neste court. Toda a gente a chamar o meu nome, a apoiar-me. Já tinha visto muitos encontros neste court e um dia gostaria muito de ganhar o troféu de Roland Garros aqui.

ALCARAZ-MANIA

Surpreende-me o carinho das pessoas neste torneio, sinceramente. Sinto-me muito afortunado por viver este tipo de experiências aqui em Paris. Aos poucos começo a acostumar-me e a encarar isto de forma mais normal. Tenho de adaptar-me.

JOGOU NO CHATRIER E ZVEREV NO LENGLEN

Senti-me feliz por jogar a primeira ronda no Chatrier mas não valorizo em demasia isso. Provavelmente na segunda ronda joga ele no Central e eu no segundo maior court.

DE JOVEM PROMESSA A FAVORITO EM UM ANO

Tenho aprendido a gerar muitas coisas dentro e fora de campo. É uma motivação que após um ano no circuito as pessoas achem que sou favorito para ganhar Roland Garros. Para mim é uma honra e motivação que tanta gente ache isso e me apoie num torneio como este.

ALBERT RAMOS NA SEGUNDA RONDA

Já temos jogado algumas vezes, Rio de Janeiro, Umag, conheço-o bem, já treinámos muitas vezes. Vai ser muito duro, é um grande lutador e grande jogador de terra. Vamos lutar e ver no que dá.

AMORTIS E PANCADAS MENOS COMUNS

Há muitas coisas que faço de improviso. Naquele segundo há que decidir que pancada fazer. O meu estilo é sempre ser agressivo. À primeira chance que tenha para atacar… faço-o.

RIVAIS RENDIDOS

Todas as experiências que tenho tido ajudam-me a amadurecer e a lidar melhor com esta situação em que sou favorito. É bom saber que os jogadores me respeitam quando entramos em court, mas esforço-me bastante para não lhes deixar margem para acreditarem. Ouço tudo o que dizem sobre mim com orgulho.

 

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt