Alcaraz: «Dei passos atrás mentalmente. Parece que não sou forte e não sei responder aos problemas»

Por José Morgado - Agosto 30, 2024
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Carlos Alcaraz foi eliminado esta quinta-feira ao final da noite de forma absolutamente surpreendente na segunda ronda do US Open diante do neerlandês Botic Van de Zandschulp. O tenista espanhol de 21 anos passou pela sala de conferências de imprensa no final do encontro e foi bastante auto-crítico em relação à sua exibição e postura.

“O que sinto é que em vez de dar passos em frente, dei passos para atrás no que à parte mental diz respeito. Eu não entendo a razão. Vim de um verão espetacular, de ganhar Roland Garros e Wimbledon, e depois de sair desses torneios pensei que tinha dado um passo em frente, que tinha percebido que para ganhar coisas importantes tenho de ser calmo e corajoso, mas nestas últimas semanas sinto que dei passos atrás. Parece que mentalmente não sou forte e que não sei responder aos problemas. Foi um verão muito exigente, com um calendário muito apertado. Tive os meus momentos de desconexão, fui uns dias de férias. Sinto que ainda estou a conhecer-me e talvez como pessoa precise de mais tempo. Tenho que me conhecer mais e melhor, ver aquilo que preciso”, confessou o tenista de Múrcia.

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Alcaraz diz que lutou contra ele mesmo neste encontro. Tem sido uma luta contra mim mesmo, contra a minha mente. Houve emoções que não consegui controlar. Tenho que aprender com isso se quiser melhorar, se quiser aspirar a grandes coisas devo estar muito mais calmo e hoje foi uma montanha russa”.

O espanhol mostrou-se ainda muito impressionado com o nível de jogo do tenista neerlandês.“Nem sei o que dizer. Ele jogou um ténis incrível. Eu pensei que ele me daria mais pontos de graça. Foi um pouco confuso para mim. Eu não sabia como gerir ou lidar com isso. Eu não conseguia aumentar meu nível. Acho que o meu nível manteve-se o mesmo durante toda a partida. Não foi o suficiente para me dar chance de entrar na partida. Não me senti bem a bater na bola e falhei demasiado”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com