Alcaraz: «Cheguei a achar que podia perder, mas nunca deixei de acreditar»

Por José Morgado - Maio 25, 2022
alcaraz-final

PARIS. FRANÇA. Carlos Alcaraz sobreviveu esta quarta-feira a um match point rumo à terceira ronda de Roland Garros e no final do encontro não escondeu que esta foi uma vitória da ‘crença’ e que pode ser importantíssima no perseguir do sonho de vencer o maior torneio do Mundo de terra batida.

ESPERAVA TANTAS DIFICULDADES CONTRA RAMOS?

Respeito-o muito, conheço-o bem e sabia que ia ser um grande encontro. Estou contente com o nível e com o facto de ter sido capaz de recuperar e vencer o encontro.

O QUE O FAZ SER TÃO BOM, TÃO JOVEM

Acreditar em mim e claro trabalhar muito todos os dias. Tens de ter bons objetivos, sonhos e trabalhar para alcançá-los. Esse é o segredo.

TODA A GENTE DIZ QUE VAI SER NÚMERO UM

É bom que as pessoas falem de mim e digam que vou ser número um. Tento não pensar nisso nem me sentir pressionado, mas ser número um do Mundo é o meu sonho desde criança.

O QUE PENSOU NO QUARTO SET?

Foi um set duro, eu tive um break, ele recuperou e foi sempre muito duro. Sabia que teria as minhas chances. Acredito em mim durante todo o tempo, mas claro que foi muito duro. Salvar um match point é sempre duro mas eu acreditei que podia dar a volta.

SEMPRE FOI RÁPIDO DESDE PEQUENO?

A movimentação sempre foi algo em que trabalhei bastante. É muito importante mexer-me bem para ter sucesso em court. Nunca me cronometrei aos 50 ou 60 metros mas diria que… sou rápido.

OS PONTOS INCRÍVEIS NO QUINTO SET

Ainda não fui ver o ponto depois do encontro. Tentei correr, devolver a bola e manter-me vivo. Esse foi o meu pensamento. Foi um grande ponto, encontro longo e conseguir correr tanto é incrível.

https:\/\/bolamarela.pt//bolamarela.pt//bolamarela.pt/videos-alcaraz-protagonista-de-pontos-inacreditaveis-no-duelo-epico-em-paris/

NERVOS COM A DERROTA POR PERTO NUM GRAND SLAM?

Há sempre nervos num encontro, mas penso que hoje nem estava assim tão nervoso. Talvez no final do quarto set, quando enfrentei o match point, talvez tenha pensado nisso e como estava perto de perder. Mas gosto de batalhar e desfruto disso. No quinto set estava a sorrir.

EM ALGUM MOMENTO ACHOU QUE PODIA PERDER?

Depois de perder o segundo set e o terceiro vi que podia perder. Houve momentos do encontro em que me senti inferior ao Albert e percebi que tinha de mudar algo ou ia perder. Mas acreditar. Acreditei que ia dar a volta, acreditar que ia conseguir e ter oportunidades.

LIÇÃO OU PREOCUPAÇÃO?

É uma lição. O ténis é à base de aprender, com este tipo de encontros, de situações e tenho de perceber o que tenho de melhorar.

UMA DAS VITÓRIAS MAIS IMPORTANTES DE 2022?

Coloco-a como uma grande vitória não pelo impacto que teria a derrota, mas sim por aquilo que se passou no encontro. A forma como mudei para dar a volta ao encontro foi muito importante para mim. Tentar melhorar e dar a volta também é necessário e coloca-o como uma das melhores vitórias por isso. O Corretja disse-me que estas vitórias fazem de mim um grande homem e vou tentar retê-las da melhor forma possível.

REENCONTRO COM SEBI KORDA

Em Monte Carlo custou-me jogar. Vinha de Miami, não treinei muitas horas em terra e custou-me. E mesmo assim estive perto de vencer. Tirarei ilações positivas desse encontro, agora já tenho muito mais horas e encontros em terra. Vou ver o encontro de novo para ver o que fiz mal e tentarei aprender para melhorar.

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt