Alcaraz: «Big Three jogam e ganham há 20 anos. Eu estou a começar»

Por José Morgado - Setembro 19, 2022

Carlos Alcaraz, de 19 anos, insiste que é um miúdo normal e que nada mudou com a sua subida à liderança do ranking ATP. O espanhol não percebe as comparações com o Big Three e revela o que mais lhe custa por ser tenista profissional…

O QUE FAZ NOS TEMPOS LIVRES?

“Sou normalíssimo e adoro ir a casa dos meus amigos e falar com eles. Falar, conversar é a melhor forma de passar o tempo. Cada vez “.

COMPARAÇÃO AO BIG THREE

“Não me sinto pressionado pelas comparação. Normalmente divirto-me a jogar ténis, acho que isso se nota. Nos momentos importantes, estou a muitas vezes a sorrir em court. Quando estou em court, estou feliz. Não entendo essas comparações ao Big Three. Eles jogam e ganham há 20 anos. Eu estou a começar. Não faz sentido e quero seguir o meu caminho. Procuro ser o melhor possível dia após dia. Como eles durante 20 anos. Só essa comparação faz sentido.”

FUTURO BIG THREE COMIGO?

“Talvez com Sinner e Zverev”.

RIVALIDADE COM SINNER COMO NADAL VS. FEDERER?

“Vai ser muito bonito. Os nossos encontros têm sido dignos e o público gosta. E somos amigos, tal como Federer e Nadal.”

OS CUSTOS DE SER ATLETA?

“Muitas vezes, quando saio à noite com amigos, tenho de ir mais cedo para casa deitar-me. Faz parte. É o que mais raiva me dá. Não poder acompanhá-los. Isso e não poder comer o que me apetece.”

MOTIVAÇÃO

“O ténis é a minha vida, o desporto que eu amo. Adoro jogar. Na grande maior parte dos dias jogar ténis não é sequer um esforço para mim. Há dias em que me apetece estar mais deitado, na cama, mas há sempre maneiras de contornar isso, músicas que me motivam e tudo isso”.

O QUE MUDA AO SER NÚMERO UM

“Sinto maior confiança e segurança nas minhas pancadas. Mas há uma diferença nos adversários. Antigamente, os rivais jogavam pressionados contra mim porque não queriam perder com aquele miúdo que estava a aparecer. Agora eles olham para mim e veem-me como alguém que está no topo. Motivam-se para me derrotarem. Eles agora entram sem pressão e sem nada a perder”.

LEGADO

“Quero ser lembrado por ser uma boa pessoa. Com valores. Quero que me vejam assim. Primeiro há que ser uma boa pessoa e só depois um desportista de topo. O melhor conselho que já me deram foi ser humilde e que os resultados não me subam à cabeça. Tenho sempre de me lembrar de onde venho.”

OUTROS DESPORTOS

“Muito contente pelo título europeu de basquetebol. Em pequeno jogava muitas outras modalidades: basquetebol, futsal…”

ARTISTAS

“Neste momento ouço muito Quevedo, que é também o número 1… mas do Spotify. Também ouço imenso Sebastián Yatra, Aitana, Ana Mena”.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt