Rusedski critica gestão do calendário de Alcaraz e aponta Sinner como exemplo

Por José Morgado - Dezembro 19, 2025

A margem para gerir o calendário no circuito ATP é cada vez mais reduzida e os jogadores de elite veem-se obrigados a cumprir compromissos exigentes para não perderem benefícios económicos e pontos de ranking. Carlos Alcaraz deu passos em frente na gestão da sua época em 2025, mas, para Greg Rusedski, ainda há espaço significativo para melhorias. O antigo tenista britânico considera que o espanhol deve olhar com atenção para o modelo seguido por Jannik Sinner.

Alcaraz terminou a temporada com cerca de 80 encontros oficiais disputados, reflexo do sucesso alcançado nos torneios em que participou. No entanto, as lesões que o afastaram de provas importantes como o Mutua Madrid Open, o Masters 1000 de Xangai e a Taça Davis levantaram dúvidas sobre a forma como distribui o esforço ao longo do ano. O murciano falhou dois Masters 1000 depois de se lesionar em torneios ATP 500, um dado que alimenta a crítica.

No seu podcast, Rusedski foi direto: “Perdeu dois Masters 1000 por jogar em Barcelona e Tóquio, lesionou-se nas ATP Finals e teve de abdicar da Taça Davis, mas pouco depois está a disputar exibições. É jovem e recupera, mas tem de ser mais inteligente com o calendário. Devia aprender com o Sinner”. O britânico sublinhou que o italiano limitou a pré-temporada a descanso e treino, exceção feita à exibição do Six Kings Slam.

Apesar das críticas, reconhece-se evolução na abordagem de Alcaraz em 2025. Para o futuro, surgem hipóteses como a participação na United Cup para ganhar ritmo antes do Open da Austrália ou escolhas mais criteriosas na gira de terra batida, equilibrando Monte Carlo, Barcelona e Madrid. A gestão da gira asiática e da Taça Davis também será decisiva.

No centro do debate está uma ideia clara: a saúde física e mental deve prevalecer sobre prémios financeiros e pontos de ranking. As decisões que Alcaraz tomar nas próximas épocas poderão ser determinantes para a longevidade da sua carreira.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com