Cabral: «⁠É um orgulho imenso ser o português que mais alto subiu num ranking ATP»

Por José Morgado - Outubro 27, 2025

Francisco Cabral já se encontra em França, onde vai disputar o Masters 1000 de Paris, após a final do ATP 500 de Viena que o catapultou para o 23.º posto do ranking mundial de pares — a melhor classificação de sempre para um jogador português nesta vertente.

“⁠É um orgulho imenso ser o português que mais alto subiu num ranking ATP”, começou por sublinhar o portuense, de 28 anos, sem esconder ambições ainda maiores: “São muitos anos de trabalho e as coisas estão a ir num rumo muito bom. Tem sido uma temporada fantástica e cheia de novas conquistas! Estou muito feliz por tudo o que alcancei. Tenho objetivos maiores do que ser o melhor português no ranking, mas obviamente é um marco importante para mim. Espero que ajude a motivar e inspirar as novas gerações do ténis português”, reforçou Cabral.

Com parceria estabelecida com Lucas Miedler desde o final de março — com o ATP 250 de Marraquexe como primeira experiência conjunta —, o português e o austríaco conquistaram dois títulos ATP 250, em Gstaad (Suíça) e Hangzhou (China), e disputaram outras duas finais, nomeadamente em Viena e Winston-Salem (Estados Unidos). Cabral, que em 2022 já havia vencido o Estoril Open (com Nuno Borges) e Gstaad (ao lado de Tomislav Brkic), soma ainda finais em Chengdu e Bastad — com o brasileiro Rafael Matos — e em Banja Luka, ao lado do cazaque Aleksandr Nedovyesov, todas alcançadas em 2023.

Em 2025, a dupla Cabral/Miedler destacou-se igualmente no ATP Challenger Tour, com dois títulos — Bordéus e Madrid — em quatro finais disputadas. O português reconhece o impacto positivo da nova parceria: “Tem sido uma temporada superpositiva, estou muito contente por ter começado a jogar com o Lucas. Acho que nos completamos bem dentro do campo, fora dele temos uma ótima relação. Fiz também uma aposta grande no início do ano e, realmente, tem dado resultados. Quero continuar a trabalhar e a tentar melhorar para chegar cada vez mais longe. Sem muito trabalho e vontade não se concretizam objetivos”, asseverou o número um português de pares.

Com este resultado, Cabral supera o já retirado João Sousa, que continua a ser o melhor português de sempre na hierarquia de singulares (28.º), mas que via o seu recorde de 26.º lugar em pares agora ser ultrapassado.

No Masters 1000 de Paris, Francisco Cabral e Lucas Miedler terão pela frente a dupla formada pelo checo Tomas Machac e pelo português Nuno Borges, amigo de longa data do tenista portuense. “Vai ser uma partida diferente, conhecemo-nos como ninguém, jogámos imensas vezes um contra o outro quando éramos mais novos e muito vezes juntos nos últimos anos. Vamos os dois dar o nosso melhor e no fim logo se vê”, concluiu Francisco Cabral.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com