Alcaraz: «Não sei qual é o meu limite, mas quero continuar a sonhar»

Por José Morgado - Julho 14, 2024
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Carlos Alcaraz, campeão de Wimbledon pelo segundo ano consecutivo, passou este domingo pela sala de conferências de imprensa do Grand Slam inglês de sorriso nos lábios e sem limite para os seus sonhos. O espanhol de 21 anos acredita que poderá continuar a lutar por grandes coisas nos próximos tempos e destaca a forma como voltou a derrotar Novak Djokovic em Londres.

FELIZ APÓS REVALIDAR O TÍTULO

Esta é uma sensação ótima. Foi um grande encontro da minha parte e obviamente o Novak não jogou o seu melhor nos dois primeiros sets, cometeu muitos erros e eu aproveitei ao máximo. É uma sensação ótima pensar que ganhei Roland Garros e Wimbledon no mesmo ano, algo que poucos jogadores fizeram antes. Obviamente vi e ouvi todas as estatísticas de que sou o mais jovem a vencer Roland Garros e Wimbledon no mesmo ano ou a vencer o que quer que seja. Tento não pensar muito nisso. É um ótimo começo de carreira sim, mas tenho que seguir em frente e construir meu caminho. No final da minha carreira quero sentar na mesma mesa dos grandes, esse é o meu objetivo e o meu sonho neste momento. Não importa se já ganhei 4 Grand Slams aos 21 anos, se não continuar, todos esses torneios não importam para mim. Quero acabar a minha carreira com muitos títulos.

QUANTOS TÍTULOS DE GRAND SLAM QUER GANHAR?

Neste momento estou muito feliz com todo o trabalho que estou a fazer com minha equipa. Estou muito orgulhoso de mim mesmo e de todas as coisas que estou a fazer bem. Também tenho muito orgulho das pessoas à minha volta. Tudo o que fizemos até agora foi incrível, uma jornada incrível. Quero seguir em frente, continuar a melhorar, a crescer e a vencer. Isso é tudo o que importa para mim agora. Não sei qual é o meu limite e não quero pensar nisso. Só quero aproveitar o meu momento e continuar a sonhar. Veremos no final da minha carreira se são 25, 30, 15 ou 4. A única coisa que sei é que quero continuar a aproveitar e veremos o que o futuro me reserva.

APRENDEU COM AS DERROTAS

Aprendi muito com a derrota para o Medvedev no US Open de 2023. Tive de ser melhor, crescer e ser mais maduro nessas situações. Nesse encontro desisti um pouco, desisti no segundo set depois de perder o primeiro. É algo inaceitável quando estás a jogar um Grand Slam e eu sabia que essas coisas não poderiam acontecer comigo novamente. Ajudou-me muito nos seguintes Slams e torneios em geral a ser melhor mentalmente, a ser forte o suficiente e a jogar o meu melhor ténis em situações difíceis. Estou aqui agora graças a esses tipos de situações.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com