Rui Machado rendido: «Só faltou eu ter vindo de fato para ver este espetáculo»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Setembro 17, 2022

Rui Machado não escondeu a alegria que sentia depois de Portugal derrotar o Brasil na eliminatória do Grupo I Mundial da Taça Davis. A equipa das quinas fica a um passo das Davis Cup Finals, com o capitão a elogiar toda a equipa, incluindo quem não pisou o court.

FIM-DE-SEMANA DE SONHO

O que se passou este fim-de-semana foram três ou quatro pontos importantes. Tive à disposição grandes jogadores. Não só grandes jogadores como grandes profissionais. Não só souberam portar-se muito bem dentro de campo, mas foram capazes de construir um ambiente em balneário excelente. Isso conta. Na verdade, joguei Taça Davis muitos anos e este ambiente que se viveu na Maia e aqui faz a diferença. O nível de jogadores a faz a diferença, mas o ambiente também. Uma palavra de agradecimento aos jogadores pelo profissionalismo e companheirismo e por me deixar guiar nestes dias. Depois, dizer que ganhámos a uma grande equipa, não era uma equipa qualquer. Era uma equipa com um histórico na Taça Davis muito importante e com excelentes jogadores. Podíamos ter perdido perfeitamente, mas não perdemos porque fomos melhores. Fomos melhores, jogámos em casa, em Viana do Castelo, que desde o primeiro dia nos transmite um carinho muito especial. Desde que somos recebidos no hotel pela tuna de veteranos, mais uma vez em casa, num ambiente super familiar. Sentimo-nos em casa e as pessoas daqui fazem-me sentir em casa. Já disse aos jogadores que a qualidade e a competência da organização está num nível cada vez mais alto. Tudo acontece, tudo está preparado, nada falha. Não temos de nos preocupar com nada e isso faz a diferença. Por isso é que faço a questão de dizer que esta vitória também é deles.

ANÁLISE AO QUE SE PASSOU

E depois dizer que tivemos excelentes jogos. Perdemos um que podíamos ter ganho. Foi um excelente par, escapou-nos alguns detalhes. Mas também podíamos ter perdido o segundo singular de ontem, em que o Nuno mostrou que é um excelente jogador e talhado para estes momentos na Taça Davis. Sabe jogar pela equipa e fez a diferença. Antes de terminar, o Gastão e o Frederico não jogaram esta eliminatória, mas sabem que são opção, que não estão cá para fazer número. São opção quando eu achar que é o momento certo e sabem que os valorizo muito. As minhas ações no dia-a-dia demonstram-no.

ELOGIOS A JOÃO SOUSA

Dizer duas coisas sobre o João. Uma delas é que tenho um jogador com um historial de pares como o João Sousa e não o ponho a jogar, tenho outros dois excelentes top 100, mas não há maior demonstração de confiança nele do que isso. Ele sente isso. Ter o João Sousa a jogar o 2-1 fresco não é para todos os capitães. Só faltou eu ter vindo de fato para ver este espetáculo.

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O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt