Van Rijthoven revela infância com maus-tratos e explica por que está ‘desaparecido’

Por Pedro Gonçalo Pinto - Outubro 25, 2023

Lembra-se de Tim van Rijthoven? O neerlandês surgiu quase do nada para conquistar o ATP 250 de ‘s-Hertogenbosch na época passada e chegou a ser número 101 do Mundo, mas tão rápido como surgiu… desapareceu. Agora já fora do top 700, Van Rijthoven tem estado fora devido a lesão, não sabe quando volta e abriu o coração no ‘Behind The Racquet’, com um relato assustador da sua infância.

MAL-TRATADO PELO PAI

Não tive a melhor infância. O meu pai foi muito duro comigo, colocou muita pressão em mim quando era uma criança e foi impossível aguentar. Devido ao stress que ele gerava e que me obrigava a jogar com dificuldades físicas, joguei vários anos com muita dor. Aos 18 anos estive um ano inteiro sem jogar devido a uma lesão no cotovelo e a partir daí nunca acabei uma temporada sem problemas sérios. Foram vários anos totalmente desastrosos. Pensei seriamente em retirar-me do ténis porque sentia dores constantes e mentalmente não conseguia aguentar. Houve um momento em que tive de dizer ao meu pai para nunca mais falar comigo, foi há uns quatro anos.

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LIGAÇÃO A RICHARD KRAJICEK

Nunca tinha contado a ninguém o que o meu pai me fazia sentir, até que confiei no Richard Krajicek porque li que ele tinha vivido uma situação parecida. Os seus conselhos fizeram com que me desvinculasse por completo do meu pai e isso foi uma libertação mental. Decidi continuar a tentar jogar. Vi que havia gente que confiava em mim e amo demasiado este desporto para o deixar tão jovem. Sabia que se me continuasse a lesionar teria de o deixar em definitivo, mas adoro competir. Tudo se encaixou em 2022, quando me senti muito bem e tive grandes resultados.

A LUTAR PARA VOLTAR DE LESÃO

Desde há uns meses tenho cotovelo de golfista e dores muito agudas. Não jogo golfe, mas é uma lesão que os tenistas também costumam ter. Disseram-me que tinha três opções: deixar o ténis para sempre, jogar com dor ou fazer uma operação. Operei e agora vou estar pelo menos um ano assim. Prometi a mim mesmo que não voltaria jogar ténis até não sentir dor. Voltarei ao circuito e vou ver se tudo valeu a pena.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt