Deixemo-nos de longas conversas, porque é tão simples quanto isto: não tenham eles um ténis vistoso e bem alinhavado que não há indumentária, por mais espampanante que seja, que os safe quando é de passagem de modelos dentro do court que se trata.
Não dá para ser de outra forma, ou não estivéssemos a falar de pessoas que decidiram fazer das suas vidas um verdadeiro hino às raquetes desde a altura em que o único acessório que conheciam era a fralda.
É, portanto, nas vitórias e no trabalho árduo que isso implica que a mira está apontada, mas será isso razão para entrar em court com a saia da estação passada, a camisola desbotada pelo sol ou as meias a escorregarem pela perna por terem perdido o elástico nas lavagens? Naturalmente que não.
Até porque “se não sentires que estás bem, não vais jogar bem”, como diz a entendida nestas matérias de moda Venus Williams e comprova Caroline Wozniacki: “Se eu me sentir bem no court, se sentir que estou bonita, eu jogo melhor”. Nada como sermos elucidados por quem anda por cá há um bom par de anos para percebermos que, num desporto onde a confiança é rainha, vale de tudo para se ficar mais perto da coroa dentro do court.
E se há altura certa para puxar das lantejoulas é precisamente esta, porque vai começar a festa mais agitada de todas, o torneio onde os holofotes incidem com mais intensidade, o evento que permite longas e animadas saídas à noite. Mas estão todos realmente preparados para as duas semanas de US Open que se aproximam? É o que vamos averiguar.
Não há folhos, não há aberturas nas costas ou na barriga ou tão-pouco um calção florescente a espreitar por debaixo da saia. Nada. Stella McCartney cansou-se de ser arrojada e o US Open vai ter, provavelmente, a Carolina Wozniacki mais comedida das últimas edições. Se estamos a reclamar? Ora essa. As cores usadas não deixam Miss Sunshine passar despercebida.
Justo no tronco, folgado daí para baixo. Novidades? Só se for mesmo o degradê, porque tudo o resto está mais ou menos visto. Por nós e pelo corpo de Ana Ivanovic. Não precisa de grandes artifícios para puxar para si as objetivas, mas ainda assim…
Já que o padrão tigresa funcionou na perfeição no ano passado… pele de cobra para este US Open! Se a Nike estaria totalmente consciente de que estava a “coser história” quando tinha a agulha e dedal nas mãos, não sabemos, mas uma coisa é certa: ténis mais venenoso do que o de Serena Williams não há.
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“Quando estou no court não penso na minha aparência. Faço o meu rabo-de-cavalo em dois segundos e não uso uma ponta de maquilhagem. Estou confiante na minha pele e estou ali para jogar”. E está tudo dito. Maria Sharapova tem atitude (e medidas) para envergar qualquer trapo, mas não se contentou com pouco desta vez (e de quase todas as outras, diga-se). Mais uma prova de que não é preciso muita cor ou padrões exóticos para dizer “aqui estou eu” sem abrir a boca.
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Quem também vai entrar por Flushing Meadows dentro sem fazer grandes alaridos é Eugenie Bouchard. Primeiro, porque as razões para comemorações são poucas; depois, porque o outfit é pouco dado à animação… mas só até lhe olharmos para as costas. Um ‘pormaior’ que faz toda a diferença.
Simona Halep igual a si própria. E a Ana Ivanovic, mas em versão saia-camisola.
Já tem saudades de ver Jelena Jankovic? Não se preocupe, neste US Open não a vai perder de vista. Mesmo que queira.
O ténis de Agnieszka Radwanska já viveu melhores dias e o seu guarda-roupa também. O desafio vai ser assistir a um encontro da polaca em Flushing Meadows sem a imaginar a sair de uma loja dos chineses.
Venus Williams sabe tão bem o que quer que não deixa por dedais alheios a criação da roupa com que se passeia no court. Neste US Open, a mais velha das Williams apostou num corte simples e deixou o padrão dar nas vistas.
Victoria Azarenka tem passado algo despercebida ultimamente, mas quando se trata de grandes palcos a conversa é outra.
Voou em Wimbledon e está pronta para repetir a graça no US Open. E se tivermos em conta a cor da indumentária, cuidado com Timea Bacsinszky.
Ora aí está uma novidade: losangos. É sabido que a Uniqlo não é muito dada a grandes aventuras no que toca a retalhos, mas desta vez fez por manter Kei Nishikori longe da esfera “noleniana”.
A gola e os respectivos botões estão presentes, de maneira que não há motivo para alarme, ainda mais quando as hipóteses de Roger Federer ser asfixiado dentro do court neste US Open são reduzidas. Se fosse a elegância a ditar o vencedor, a taça ficava já entregue.
Novak Djokovic. Para quê inventar muito quando menos pode ser mais? Ora, precisamente. Calção branco (com aquela gola, é fácil de prever), camisola de uma cor só, e que comece a festa, que já vai sendo hora.
Tomas Berdych continua sem medo de arriscar quando se trata de revestir os músculos com meia dúzia de metros de tecido. Flores, riscas, bolas ou luzes psicadélicas, qualquer coisa serve para tornar a sua estada em court o menos aborrecida possível. A H&M agradece a irreverência.
Há com gola e sem gola, há mais clássico e mais arrojado. É só escolher qual dos modelos da Adidias prefere: Jo–Wilfried Tsonga ou Jack Sock.
O que dizer da (meia) indumentária de Andy Murray? Bom… o cabelo está perfeito.
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Um acabou com a namorada, o outro separou-se do mundo inteiro (ou o mundo inteiro separou-se dele) e há ainda quem tenha cortado relações com o seu eu de antigamente. Pouco dada a desacatos, a Nike decidiu unir Grigor Dimitrov, Nick Kyrgios e Rafael Nadal num cinzento tropa. Não é a mais esperançosa das cores mas o espírito de sacrifício fará o resto.
A turma da Lacoste
Aumenta-se a largura da risca aqui e diminui-se ali, baixa-se um tom ao azul, muda-se o fecho às camisolas e a coleção Roland Garros 2015 está como nova…