Tsitsipas sem meias palavras: «Devia ter contratado Ivanisevic há três ou quatro anos»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Junho 30, 2025

Stefanos Tsitsipas começou a trabalhar com Goran Ivanisevic depois de Roland Garros e mostra-se rendido para já. O grego vai atacar Wimbledon ao lado do antigo tenista croata e deixou bem claro que esta era uma decisão que até já devia ter tomado.

“Sabia que neste momento da minha carreira precisava de um treinador que tivesse competido ao mais alto nível e soubesse exatamente os pensamentos que estão na minha cabeça. Pensava que ia ser complicado começar a trabalhar com ele depois de tantos anos sem uma voz externa na minha equipa, mas fomos muito honestos um com o outro. Estou completamente aberto a críticas, por muito duras que sejam. Quero ouvir todas as verdades que tenha para me dizer, tenho a mente aberta para explorar o meu jogo”, começou por afirmar.

Tsitsipas prosseguiu para deixar uma indireta… ao pai. “Goran nunca mente. Desde o primeiro dia disse-me as coisas tal como via. Não quero alguém que me queira satisfazer, não me confunde, dá-me informação simples e também não me aborrece. Não é o meu pai. Aspiramos a grandes coisas juntos. Sei que não sou perfeito, mas está a ajudar-me a ver por que as coisas estão sem funcionar há algum tempo e o que posso fazer para melhorar. Devia tê-lo contratado há três ou quatro anos, sinto que perdi tempo a seguir os mesmos métodos, não evoluí como jogador. O trabalho que estamos a fazer vai começar a dar frutos, mas não colocamos expectativas concretas. Sei que me respeita, valoriza e importa-lhe o que faço, vejo na forma como olha”, destacou.

Além disso, Tsitsipas confessou que tem enfrentado outro tipo de desafios. “Nos últimos dois anos senti muito stress, não fui eu mesmo no court, estou a começar a perceber quão difícil foi o meu estado a nível mental. Tenho de aprender a gerir melhor o stress, focar-me em mim mesmo e que nada me distraia. Trabalho muito com o Goran para descobrir como recuperar a minha auto-estima, empregar os padrões de jogo que funcionam e incorporar variantes táticas. Não estava em paz comigo. Estar rodeado de gente que te exige demasiado e sentires-te responsável por eles criar um stress interno que se acumula a cada semana”, rematou.

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O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt