Trungelliti: «O ténis é como uma cidade de 3000 habitantes onde só 70 vivem bem»

Por José Morgado - Agosto 11, 2020
trungelliti

Marco Trungelliti, tenista argentino que saltou para as páginas dos jornais quando denunciou uma rede de apostas ilegais na Argentina, que acabou com a suspensão de vários dos seus colegas, voltou a lembrar esta segunda-feira que o ténis está longe de ser a modalidade mais justa do Mundo, destacando algumas das desigualdades que continua a existir.

“Recebi quatro mil euros de ajuda por parte do ATP Tour e claro que agradeço, mas não é normal que um tenista que seja 130 e tal do Mundo não sobreviva a alguns meses sem competir e ganhar dinheiro numa modalidade que tem tantos milionários”, disse em declarações ao jornal suíço ‘Le Temps’, onde fez ainda algumas críticas à organização do circuito. “O ATP é uma entidade opaca que comunica muito pouco”.

O argentino utilizou ainda uma metáfora curiosa para resumir aquilo que pensa sobre o ténis. “Há pouca gente a tomar decisões importantes que afetam muitos jogadores. O sistema é mau por si mesmo. Digo sempre que é como uma cidade de 3000 habitantes em que só 70 é que vivem bem. O ténis oferece 200 euros a um jogador ao final de uma semana de trabalho. Na mesma competição, a máfia das apostas chega a oferecer 3000 ou 5000 euros.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt