Sinner abre-se sobre o caso de doping: «Foi bom para perceber quem é mesmo meu amigo»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Outubro 25, 2024

Jannik Sinner ainda não se livrou do caso de doping, mesmo depois de ter sido considerado inocente. O número um do Mundo vê o seu futuro nas mãos do Tribunal Arbitral do Desporto, que está a avaliar o recurso da Agência Mundial de Antidoping, mas abriu o coração sobre tudo o que se passou e o que lhe foi na cabeça desde o primeiro segundo.

“Foi muito difícil porque normalmente estou controlado, mas foi muito fácil perder o controlo naquela altura. Só que algumas semanas depois acordei e pensei ‘não fiz nada de errado, não sabia de nada’. Então estava acabado para mim. O que o juiz decidisse ou o que acontecesse no fim já não podia controlar”, começou por dizer à Sky Itália.

Sinner explicou quando tudo ficou mais complicado. “O momento mais difícil foi quando a notícia se tornou pública. Foi num momento muito delicado, antes de um Grand Slam. Queria treinar logo na quarta-feira, mas as notícias saíram na terça-feira. Era melhor não ir porque ia haver caos no clube. Fomos na quinta-feira ao fim do dia, mas havia muitas câmeras, foi muito duro. Olhei para os outros jogadores um pouco para perceber o que eles realmente pensavam e fiz muitas perguntas a mim mesmo”, sublinhou.

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O italiano prosseguiu numa longa resposta, detalhando o que tira de positivo da situação. “Foi difícil preparar um Grand Slam assim. Mas acredito que nada acontece por acaso e talvez este caso tenha sido bom para perceber quem é mesmo meu amigo e quem não é. Há jogadores que pensava que não eram meus amigos e uma boa quantidade que achava que eram e afinal não. Não digo que tenha sido bom, mas ajudou-me a perceber muitas coisas”afirmou.

Por fim, Sinner lembrou o peso que tudo foi tendo na sua carreira, mesmo quando não se sabia publicamente. “Quando ainda nada tinha acontecido, as pessoas que me conheciam viam-me em baixo e diziam ‘mas tu ganhaste, porque estás assim?’. Eu dizia que estava tudo bem. Depois houve encontros em que na noite anterior não dormi como viram em Wimbledon contra Medvedev. Não dormi e na manhã a seguir senti-me mal”, rematou.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt