Sinner abre o livro: das redes sociais mentirosas a escolher uma raquete… pelo som

Por Pedro Gonçalo Pinto - Junho 29, 2024
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Em vésperas de entrar em ação em Wimbledon como número um do Mundo, Jannik Sinner deu uma muito interessante entrevista ao L’Équipe. A estrela italiana falou sobre como não liga às redes sociais e o porquê de se manter longe dessa realidade, bem como de maneira através da qual… escolhe uma raquete.

SEM OLHAR PARA AS REDES SOCIAIS

Não estou muito nas redes sociais, não me importa ser famoso. Sei que terei sempre as pessoas que amo verdadeiramente e isso vai muito além de se me seguem milhões de pessoas ou só um par delas. Serei sempre fiel a essas. As redes sociais não refletem a vida real. Amanhã posso meter uma fotografia minha a sorrir e estar completamente deprimido, mas isso é algo que as pessoas não vão ver. Unicamente vão dizer que estou feliz o tempo todo, o que é falso. Sinto que isso não é saudável. Dás uma imagem de ti mesmo que não representar a realidade, é uma forma de mentir. Devemos confiar no que mostramos nas redes sociais? Prefiro viver sem elas. 

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CONTROLAR AS EMOÇÕES

É essencial mostrar-me tranquilo e relaxado no court. Jogamos muito ao longo do ano, é vital não desperdiçar energia. Se jogar 50 ou 60 encontros por ano e o mínimo detalhe te incomoda, vai custar muito estar a 100% no dia seguinte. Quando comecei a entender-me melhor, como funciona a minha cabeça, senti-me melhor dentro do court. Há momentos difíceis, momentos de raiva, mas nunca me posso esquecer que há um adversário a ver-me do outro lado. Se lhe dás informação, ele pode subir o seu nível de jogo. Tento ter ‘poker face’ mesmo quando não está a correr bem. Não impede que grite ou me anime numa bola, ligar-me ao público.

O SOM DA BOLA NA RAQUETE

Quando testo raquetes, foco-me no som da bola quando bato uma pancada. Nem sequer olho para onde cai. Se tenho uma boa ligação com o som, sei que é a raquete certa. Quando treino, tento gerar pancadas que produzem o som certo. Alguns jogadores fixam-se no controlo da bola, mas o mais importante para mim é som. Deve ser limpo, mas a bola tem de ser pesada.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt