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Serena: «Sinto orgulho em poder usar esta cor todos os dias»
Serena Williams é mulher para muita coisa e dela pode esperar-se praticamente tudo, exceto que finja ser quem não é ou dar-se apenas pela metade, no court ou quando a convidam para dois dedos de conversa. Mesmo que do outro lado da mesa se sente alguém que a conheça como poucos.
Serena fez do Urban Vintage cafe, em Nova Iorque, a sua sala de estar e ao ritmo das perguntas de Common, o raper e ator com que manteve uma relação entre 2008 e 2010, falou de forma autêntica e acutilante sobre si, sobre a sua carreira, sobre o atribulado caminho que fez até alcançar o seu lugar ao sol.
“Parei de ler o que a imprensa dizia sobre mim aos 17 anos”
Serena cedo percebeu que dar ouvidos ao que os outros diziam sobre si não a levariam longe. Curiosamente, não apenas por não querer ouvir as críticas, mas antes porque considerava os elogios algo prejudiciais. “Estava totalmente concentrada no que tinha de fazer para ser a melhor e não ligava ao que de negativo se dizia. Era muito nova, tinha 17 anos, quando parei de ler o que a imprensa dizia sobre mim. Li um artigo em que me estavam a enaltecer, como se fosse a grande jogadora a seguir, e então eu pensei, ‘bem, não quero que o meu ego fique grande demais'”.
“Não queria ser o tipo de pessoa que pensa que é melhor que os outros e, ao mesmo tempo, não queria ler as notícias negativas sobre mim, sobre o meu corpo, sobre o meu aspeto. Evitar o escrutínio acho que me ajudou. Acho que estava a ser esmiuçada porque era confiante. Era negra e era confiante. Eu dizia que sentia que podia ser número um e diziam, ‘oh não, não digas isso’. Mas porque é que eu não podia dizer isso? Se eu não pensasse que podia ser a melhor, para que é que eu jogava?”.
«Tenho medo de muita coisa, de alturas, de sapos, mas não no meu trabalho»
É preciso não confundir: ter nervos não é a mesma coisa que ter medo. “Não tenho medo. Tenho nervos. Não sou medricas – não no meu trabalho. Neste momento, tenho medo de muitas outras coisa. Não gosto de alturas, de sapos, mas no meu trabalho não tenho medos. Nem sempre é fácil. É desafiador, porque, às vezes, quando as coisas correm mal e são racistas injustas, sexistas, ou simplesmente erradas, tenho de colocar um sorriso corajoso e não deixar que ninguém saiba como me sinto por dentro”.
“Sinto orgulho em poder usar esta cor todos os dias”
“Muita gente, infelizmente, principalmente enquanto crescia, me desencorajaram, dizendo que o cabelo não é bonito, a pele é muito escura, os lábios são muito grandes. O meu pai sempre disse que temos de conhecer o nosso passado para termos um grande futuro. Para mim, não há outra raça que tenha uma história tão difícil com centenas e centenas de anos – apenas os fortes sobrevivem, é por isso que somos os mais fortes e mentalmente mais resistentes e eu sinto orgulho em poder usar esta cor todos os dias”.
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