Ruud e o duelo com o amigo Kecmanovic na final do Estoril Open: «Está a matar toda a gente!»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Abril 8, 2023
Miguel Reis/Bola Amarela

Aí está a primeira final da temporada para Casper Ruud. O número cinco do ranking ATP resistiu a uma dura batalha com Quentin Halys nas meias-finais do Millennium Estoril Open e vai lutar pelo seu décimo título da carreira, com o bom amigo Miomir Kecmanovic pela frente. Ruud falou sobre a importância de recuperar a confiança e explicou o que espera.

COMO É QUE SE SENTIU

Foi um encontro muito complicado. Fiquei feliz quando o encontro acabou e eu ganhei. Não interessa se é a primeira ronda, meias-finais ou final, é sempre um bom sentimento. Foi o mesmo hoje. Chegar à final sabe muito bem. É a minha primeira vez no Estoril, tenho gostado muito de estar cá e será ainda melhor se vencer o título.

CASPER ESTÁ DE VOLTA?

Não sei… Só vou tentar ficar concentrado, seguir no caminho certo e ver o que acontece. Será um grande encontro para mim, gostava de tentar ganhar. Um dos meus objetivos é ganhar um torneio para chegar a 10 títulos e chegar aos dois dígitos. É uma grande diferença e é por isso que vou jogar amanhã! Vou dar tudo. Vamos ver. É um torneio mais pequeno comparando com o que vamos ter nos próximos meses e o objetivo é estar bem nos grandes palcos. Mas é bom ter confiança a ganhar encontros. É sempre isso que precisamos. Ganhar encontros nestes torneios mais pequenos pode ser bom e é um começo perfeito no início da temporada de terra batida.

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PEDIU FISIOTERAPEUTA

Está tudo bem. Foi só um pequeno bloqueio no meu pescoço. Foi preciso só libertar. Durante o encontro estava bem, só era preciso pôr creme quente e fiquei bem. Acho que não vai ser um problema para a final.

QUÃO IMPORTANTE FOI RESISTIR NO TIE-BREAK

Foi o meu quarto encontro este ano que foi ao tie-break do terceiro set. Ganhei dois e perdi dois. Estou feliz por ter equilibrado o registo. Nunca é divertido perder 7-6 no terceiro set e sabe muito melhor quando se ganha. O encontro podia ter sido melhor algumas vezes, mas ele estava a ser muito bem. Não consegui lidar com o serviço dele. Fiz um break muito cedo quando ele estava a cometer erros e deu-me de graça, mas nas duas horas seguintes não tive hipóteses. Fiquei feliz por ter dois mini-breaks no tie-break e joguei bem para ganhar.

KECMANOVIC NA FINAL

Ele está a jogar muito bem. Está a matar toda a gente! Espero não ser mais uma vítima, mas vou dar o meu melhor. Somos muito bons amigos, conheço-o desde os 14 ou 15 anos, temos boa química. É sempre divertido jogar e treinar com ele. Agora ganhou-me duas vezes seguidas, mas não jogamos há uns anos. É bom jogarmos numa final pela primeira vez e vamos dar tudo. Espero que no fim continuemos a ser amigos.

MUDANÇA NA POSIÇÃO DE RESPOSTA

Foi um desafio, mas às vezes é apenas para dar algo diferente ao adversário. Se ele está confortável, é bom fazer algo diferente para ele pensar nisso. Se não mudar, vai só às bombas. Não resultou realmente, mas pelo menos tentei e se calhar foi isso que fez a diferença no tie-break e mexeu um pouco com ele. Estive melhor no segundo serviço no tie-break e é bom fazer algo diferente. Prefiro ficar no fundo em terra batida, mas tive de me desafiar depois do que vi com o Thiem contra o Halys, que foi subindo à rede. Resultou porque não subiu à rede mas ao mesmo tempo fez muitos ases. É só tentar fazer algo diferente.

O QUE ANALISA ANTES DE UM ENCONTRO

Alguns analisam mais do que outros. Para mim, é mais ver a forma recente. Já joguei contra quase todos os jogadores do circuito pelo menos uma vez, vou-me lembrando, e depois vejo os resultados para ter uma ideia de como tem jogado, se ganhou os últimos oito encontros ou se perdeu quatro dos últimos seis. Nesta semana ele já fez quatro jogos aqui, mais os pares que não vou analisar, mas posso olhar para esses quatro encontros se quiser. Está na final por uma razão e vai ser divertido. Treinámos antes de o torneio começar e foi bom nível. Espero que seja um bom encontro.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt