Rui Machado ambicioso na Taça Davis: «Já merecemos fazer história»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Fevereiro 2, 2023
Créditos: Miguel Pinto/FPT

É já este fim-de-semana que Portugal e República Checa se defrontam nos playoffs de apuramento para as Davis Cup Finals, com a Maia a acolher esta oportunidade história para a equipa das quinas. Rui Machado, capitão da equipa nacional, já fez a antevisão do duelo, garantindo que se respira muita confiança na seleção que conta com João Sousa, Nuno Borges, Gastão Elias, Frederico Silva Francisco Cabral.

EQUIPA CHECA

É uma grande equipa. Conhecemos muito bem os jogadores. O número um [Jiri Lehecka] teve grandes resultados nas última semanas, então esperamos que jogue muito bem aqui. Também conhecemos muito bem o número dois [Tomas Machac], o jogador de pares. Esperamos uma eliminatória muito difícil. Mas estamos a jogar em casa, com o público, no nosso court, as nossas bolas. Acho que temos boas hipóteses.

VANTAGEM DA TERRA BATIDA

Não sei se será uma grande vantagem, mas é a superfície que escolhemos porque achamos que é melhor para nós jogar neste court. Os nossos jogadores conhecem muito bem este court. Jogámos aqui no ano passado, alguns jogadores jogaram torneios aqui. Um dos nossos jogadores é daqui. Estamos a jogar em casa.

LEHECKA NO AUSTRALIAN OPEN

Vi Lehecka e pude ver as primeiras rondas em Melbourne, estive lá. Sabemos o que esperar o que esperar e que é capaz de jogar muito bom ténis.

IMPORTÂNCIA DE JOÃO SOUSA

Na equipa, todos os jogadores são muito importantes e sentimos isso na equipa. Claro que o João é o nosso melhor jogador de sempre na história do ténis português. Sabemos que pode jogar muito bem e fê-lo na última eliminatória. Foram grandes exibições na última eliminatória. Esperamos que ajude a equipa como sempre. Durante estes 15 anos, está sempre pronto para jogar por Portugal e isso é muito importante para nós como país e federação, por termos o nosso melhor jogador de sempre pronto sempre para jogar na Taça Davis. Sentimos que todos são importantes. Ainda não decidi quem vai jogar no sábado, mas estou confortável por escolher qualquer um da equipa porque sei que estão muito comprometidos nesta eliminatória e que vão lutar até ao fim do encontro. Todos.

JOÃO SOUSA CONTRA MACHAC NOS JOGOS OLÍMPICOS

Eu era o treinador olímpico e vi esse encontro, preparei-o. Eram condições muito diferentes daqui, diferentes momentos na carreira. O João não estava a jogar o seu melhor ténis na altura. Estava a tentar encontrar o seu caminho de volta para o melhor ténis no momento. Não acho que tenhamos de olhar muito para esse encontro.

QUEM VAI JOGAR

Tenho uma ideia da equipa que vai jogar e não a escolhi porque ainda tenho tempo e há treinos a acontecer. Mas digo que não escolhi porque ainda não comuniquei, só o vou fazer hoje. Provavelmente, os jogadores sabem aquilo que penso, as minhas ideias, e sabem que todos têm de estar preparados. É uma conversa rápida, como têm sido as outras porque sabem o que esperar de mim. Sabem que têm de estar disponíveis para o que der e vier.

EXPECTATIVAS PARA A ELIMINATÓRIA

Estamos à espera de uma eliminatória bastante difícil. É um país com uma grande história na Taça Davis e uma tradição de ténis e grandes resultados. Estamos a contar que venham com essa experiência, tanto na equipa deles como nos jogadores. Vêm para tentar ganhar. Mas sabemos que isto é Taça Davis, que o fator casa é muito importante, é onde temos tido melhores resultados, e queremos acreditar que isso nos vai ajudar porque acreditamos muito nas nossas capacidades. Acredito muito no nível que os nossos atletas conseguem produzir. Podemos ganhar qualquer encontro. Podemos ganhar ou perder, mas acredito que temos nível tenístico para disputar e ganhar qualquer um dos encontros. Estamos a preparar-nos da melhor maneira, é esperar para ver e vamos à luta.

ESCOLHA DA MAIA

Felizmente, nos últimos anos fizemos um caminho como federação e equipa, em que as coisas estão bastante mais organizadas e mais profissionais. Acho que aqui foi muito simples esta escolha porque havia uma escolha a ser tomada, que era em que piso queríamos jogar e havia um sentimento bastante claro na equipa toda de que quando temos jogado no Norte, as eliminatórias têm corrido sempre muito bem, não só em termos de resultados. Mas também em termos de apoio, infraestruturas, tudo. Havia duas grandes expectativas, com a Maia em terra batida e eventualmente repetir Viana do Castelo se fosse em piso rápido. O resto as coisas estão a rolar normalmente e quase já nem é preciso fazer perguntas. Já temos tudo preparado quando chegamos aqui. Está tudo tão oleado que essa preparação torna-se fácil.

EXPERIÊNCIA DE JOÃO SOUSA

Olho mais ao mindset e estado de espírito de cada jogador. Podem ter 30, 32 ou 34 anos, mas ter atitude de jovem de 25 em termos competitivos. A experiência conta, claro, e na última eliminatória contou. Mas acho que o mais importante é ver a disponibilidade dos jogadores, a maneira como falei com todos, como encararam a eliminatória e este sentimento. Aquilo que se sente é que queremos mesmo ganhar. Depois no campo há aquela bola que acaba por entrar porque queremos mesmo ganhar. Sinto isso nos jogadores e espero transportar isso para campo. Sinto que os nossos jogadores querem mesmo ganhar. Sei que vão dar o melhor. O sentimento que se vive é tentar aproveitar a oportunidade e fazer história porque já merecemos.

COMO SE PREPARA UMA ELIMINATÓRIA DESTAS

Não é preciso dizer nada diferente porque eles são todos muito profissionais. Há um sentimento geral de aproveitarmos isto. Vão dar todos o seu melhor sem expor em demasia esta oportunidade. Estamos todos cá para o que for necessário e com essa ambição. Não vale a pena estar a meter isso em cima da mesa todos os dias porque não é preciso, já está lá. Acho que isso se sente. Não é preciso muito mais quando temos atletas que já são profissionais. É um bocadinho dar-lhe as ferramentas para que se possam preparar da melhor maneira. Dar-lhes espaço para poderem brilhar. Fisicamente estão todos bem e disponíveis para os jogos de sábado e domingo.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt