Roland Garros: As escolhas da equipa Bola Amarela

Por admin - Maio 23, 2015

Com a chegada de Roland Garros a equipa Bolamarela reuniu-se para lançar algumas previsões sobre os jogadores que se irão destacar pela positiva e pela negativa, no Grand Slam de terra batida. As escolhas nem sempre foram consensuais, ora veja:

  • Campeão: Novak Djokovic

Mário Fernandes: Novak Djokovic – O sérvio aparece em Paris com as energias semi-recuperadas, com o seu ténis bastante afinado, com um registo de vitórias-derrotas apenas superado pelo mesmo em 2011 e com uma motivação sem precedentes no que toca à conquista do Major que lhe falta para o Grand Slam. Por outro lado, não vejo nem sequer Rafael Nadal (este ano não me parece…) a ter capacidade para derrotar Djokovic à melhor de 5 sets na terra batida parisiense, pelo que deverá ser claro o domínio do tenista dos balcãs.

Susana Costa: Novak Djokovic – Chega a Paris mais favorito do que nunca, não só pelo que conseguiu esta temporada mas também pelo que Rafael Nadal não conseguiu na superfície onde costuma ser rei. Quem sair vivo do embate dos ‘quartos’ sai de Roland Garros com o troféu em riste. Deposito as minhas fichas no sérvio.

Pedro Almeida: Novak Djokovic – O sérvio, número um mundial, ganhou os últimos dois torneios que disputou em terra batida, em Monte Carlo e Roma, batendo pelo caminho dois possíveis campeões de Roland Garros, na minha opinião. Djokovic eliminou Rafael Nadal nas meias-finais em Monte Carlo, em duas partidas, e voltou a precisar de apenas dois sets para derrotar na final de Roma o suíço Roger Federer. Provas mais do que suficientes de que chega a Paris cheio de confiança.

José Morgado: Kei Nishikori – Muito se fala em relação ao facto de Roger Federer ter sido beneficiado com o sorteio de Roland Garros, mas ninguém se lembra de Kei Nishikori, o jogador em melhor forma na parte inferior do quadro. É o meu favorito para chegar à final nessa secção da grelha e aí conseguir na terra batida o seu primeiro Major.

Pedro Mendes: Novak Djokovic – O número um mundial chega numa forma muito semelhante à que apresentou em 2011, ano em que foi surpreendentemente derrotado por Roger Federer nas meias-finais de Roland Garros. Com o suíço a cair de rendimento desde então e ainda na outra metade do quadro, acredito que o possível encontro dos quartos de final entre ‘Nole’ e Rafael Nadal poderá ter um desfecho diferente das finais de 2012 e 2014.

Ricardo Alves: Rafael Nadal – É impossível descartar o rei de Roland Garros, com nove troféus conquistados em dez participações. Nadal não conseguiu ganhar qualquer troféu na temporada de terra batida europeia mas ainda assim o espanhol tem apresentado alguns desempenhos de alto nível no percurso sinuoso para Paris. O encontro frente ao sérvio nos quartos de final pode ser positivo para o espanhol, que tem tido dificuldades na resistência física podendo ressentir-se nas rondas finais.

José Morais: Novak Djokovic – Ele tem prometido há vários anos e este poderá muito bem ser o ano em que Novak Djokovic completa finalmente o Grand Slam de carreira. Escusado será dizer que o possível encontro nos quartos-de-final com Rafael Nadal será determinante para as suas ambições.

  • Campeã: Maria Sharapova

Mário Fernandes: Serena Williams – O domínio tem sido tão claro (apenas os incómodos físicos e Petra Kvitova a travaram em algum momento esta temporada) que é complicado ter dúvidas que a campeoníssima norte-americana irá erguer o seu 20º troféu do Grand Slam em singulares em 2 semanas.

Susana Costa: Maria Sharapova – Tem Simona Halep e Suárez-Navarro na sua parte do quadro, mas vinda do triunfo em Roma e com a defesa do título na mira, a russa dificilmente se vai deixar surpreender na catedral da terra batida.

Pedro Almeida: Maria Sharapova – É verdade que é quase impossível não escolher a número um mundial Serena Williams para principal favorita, mas a época da norte-americana em terra batida não foi assim tão feliz. Já Sharapova, apesar de ter um quadro difícil de Roland Garros, deverá transportar o bom momento vivido em Roma, onde conquistou o seu terceiro título no Foro Itálico, e defender o título em Paris.

José Morgado: Serena Williams – A norte-americana fez uma temporada de terra batida a meio gás, em que não convenceu ninguém, mas nenhuma das suas rivais mostrou o suficiente para me convencer a apostar noutra…

Pedro Mendes: Simona Halep – A romena pode não ter conquistado qualquer título em terra batida em 2015, mas ao ter chegado a pelo menos às meias-finais em quase todos os torneios que disputou este ano (Madrid e Open da Austrália, onde foi quarto-finalista, são as exceções), tem mostrado consistência, o que aliado à experiência de ter disputado a final do Open de França na temporada passada pode levá-la ao seu tão ambicionado primeiro título do Grand Slam.

Ricardo Alves: Maria Sharapova – A russa pode aproveitar o momento menos bom de Serena e conseguir conquistar novamente o troféu em Roland Garros. A terra batida não tem nenhuma rainha no circuito feminino, mas Sharapova poderá afirmar-se mais uma vez na cidade luz.

José Morais: Serena Williiams – Ela sabe brilhar em grandes palcos (tal como os pequenos) e, apesar de não estar no seu melhor momento de forma, Serena Williams poderá aproveitar precisamente a energia que um Grand Slam lhe dá para sair vitoriosa uma vez mais de Paris.

  • Primeiro Top10 a cair: Marin Cilic

Mário Fernandes: Tomas Berdych – O checo tem provas dadas do seu valor nesta superfície, no entanto não se adivinha nada fácil um possível embate com Fabio Fognini na 3ª ronda, e o italiano não tem estado para meias medidas quando defronta os top10 este ano. Stanislas Wawrinka também deverá ser “surpreendido” por Guillermo Garcia-Lopez na 3ª ronda, à imagem do que aconteceu na temporada transata (1ª ronda).

Susana Costa: Marin Cilic – Os adversários do croata nas primeiras rondas não intimidam, teoricamente falando, mas a verdade é que Cilic está longe da sua melhor forma e com rodagem insuficiente para fazer moça em Paris. Nos últimos três torneios que disputou apenas venceu um encontro.

Pedro Almeida: Kei Nishikori – É claro que estou a arriscar muito, mas para ser coerente tive de apostar no tenista nipónico. O japonês defronta na segunda ronda um jogador que em Genebra exibiu um ténis incrível – Thomaz Bellucci. No entanto, é muito difícil prever as prestações do brasileiro, conhecido pela fragilidade emocional em momentos importantes. Marin Cilic também poderá sair de cena cedo.

José Morgado: Marin Cilic – O croata está totalmente fora de forma e tem o sorteio menos acessível de todos os jogadores da elite.

Pedro Mendes: Marin Cilic – O campeão em título do Open dos Estados Unidos não tem estado em grande forma em terra batida (só venceu três encontros em quatro torneios), podendo ficar logo pelo caminho frente ao holandês. Escolha difícil, pois nenhum dos nove top10 presentes na Catedral da Terra Batida tem, em teorias, primeiras rondas complicadas.

Ricardo Alves: Roger Federer – A presente época de terra batida não foi muito positiva para o jogador suíço. Historicamente, Roland Garros é de longe o Grand Slam onde Federer tem tido menos sucesso. O embate frente a Gael Monfils nos oitavos pode ser um obstáculo demasiado perigoso para Federer.

José Morais: Marin Cilic – quatro derrotas nos últimos cinco encontros sobre a terra-batida e com uma estreia um tanto quanto perigosa, diante de Robin Haase, Marin Cilic poderá muito bem ir embora mais cedo do que os seus companheiros do top-10.

  • Primeira Top10 a cair: Caroline Wozniacki

Mário Fernandes: Ana Ivanovic – A bela sérvia tem estado desinspirada e Yaroslava Shvedova é uma jogadora que, numa bom dia, consegue discutir “taco-a-taco” um encontro contra algumas das melhores jogadoras do circuito. Eugenie Bouchard também tem sentido dificuldades em corresponder às expetativas do público em geral, e dos seus fãs em particular, e tem na sua secção do quadro adversárias perigosíssimas como Kristina Mladenovic (1ª ronda), Zarina Diyas (3ª ronda), Svetlana Kuznetsova ou Francesca Schiavone ou Karolina Pliskova (4ª ronda).

Susana Costa: Eugénie Bouchard – Grandes palcos é com ela, é sabido, mas a canadiana chega a Paris com nada mais do que um triunfo em terra batida. Pela frente logo na primeira ronda tem uma jogadora que conta com um trunfo chamado ‘público’ e que está bem rodada no pó-de-tijolo: Kristina Mladenovic.

Pedro Almeida: Caroline Wozniacki – A dinamarquesa, apesar de ter feito final em Estugarda e quartos-de-final em Madrid, vai iniciar a caminhada em Roland Garros diante de uma jogadora que se sagrou campeã esta semana em Nuremberga, a italiana Karin Knapp, que tem pancadas muito fortes e certeiras quando tem a dose de confiança no máximo.

José Morgado: Eugenie Bouchard – A canadiana só ganhou um dos seus últimos 7 encontros e encara a muito difícil Kristina Mladenovic na primeira ronda…

Pedro Mendes: Caroline Wozniacki. A dinamarquesa enfrenta a italiana Karin Knapp na primeira ronda e pode encarar Julia Goerges na segunda, o que pode deixar de fora a antiga líder da hierarquia desde logo.

Ricado Alves: Caroline Wozniacki. A ex número um mundial tem um quadro complicado que deverá apresentar-lhe dificuldades que adiarão a conquista do primeiro Grand Slam da carreira.

José Morais: Eugenie Bouchard: as críticas que Genie tem recebido nas redes sociais devido às suas recentes prestações poderão ter algum impacto na sua consistência mental. Para além disso, uma estreia frente a Kristina Mladenovic, frente ao público francês, vai ser um osso duro de roer para a jovem canadiana.

  • Darkhorse masculino: Gäel Monfils

Mário Fernandes: Gäel Monfils – Dotado de umas capacidades condicionais (também conhecidas como físicas) extraordinárias e ex-finalista de Roland Garros (ano de 2008), eu acredito que poderá ser desta que veremos o mago francês a produzir pancadas espetaculares e a entusiasmar o público até um dos últimos dias da prova. Fabio Fognini também poderá encaixar um excelente resultado em Paris se se exibir a grande nível.

Susana Costa: Fabio Fognini – Com o italiano nunca se sabe, é para o lado que estiver virado, mas é louco o suficiente para ousar bater Rafael Nadal e Grigor Dimitrov a caminho de Roland Garros. Em Roma ficou muito perto de eliminar Tomas Berdych, seu possível adversário na terceira ronda.

Pedro Almeida: Thomaz Bellucci – Fez uma prestação incrível durante o Open de Genebra (título), depois de já ter dado muito trabalho ao número um mundial Novak Djokovic nos oitavos-de-final de Roma, perdendo apenas em três partidas. O quadro de Roland Garros do brasileiro não é nada acessível, com Kei Nishikori e Fernando Verdasco no seu caminho logo na segunda e terceira rondas, mas acredito que Bellucci poderá surpreender pela positiva e, pelo menos, dar muita réplica a Nishikori e a Verdasco.

José Morgado: Dominic Thiem – Em grande esta semana, em Nice, o austríaco tem um quadro muito agradável em Paris e uma presença na segunda semana do torneio parece bem possível.

Pedro Mendes: Gäel Monfils – Olhando para o quadro de singulares masculinos, acredito que Gäel Monfils pode perfeitamente alcançar a final. O carismático tenista joga em casa, onde já foi semi-finalista no longínquo ano de 2015, e o facto de estar na metade onde o único membro do ‘Big Four’ presente é Roger Federer – adversário frente ao qual esteve dois sets acima nas meias-finais da edição passada do US Open -, poderá sempre surpreender se estiver em boa forma.

Ricardo Alves: Nick Kyrgios – O finalista do Estoril Open tem vindo a apresentar uma evolução bastante consistente. Irreverente e destemido, o jovem australiano tem as armas necessárias para fazer tremer qualquer jogador do top10.

José Morais: Dominic Thiem – o talento de Dominic Thiem está mais do que provado e o sorteio não foi dos piores. O austríaco está num bom momento de forma e poderá dar que falar em Roland Garros.

  • Darkhorse feminino: Svetlana Kuznetsova

Mário Fernandes: Timea Bacsinszky – A suíça tem feito uma temporada de 2015 de excelente nível e estou convicto que a veremos na 2ª semana do torneio, e com armas para discutir o resultado contra qualquer jogadora. Caroline Garcia também poderá ter aqui uma grande oportunidade de mostrar o seu valor no seu Grand Slam e provar o porquê de ser considerada uma das grandes promessas do ténis feminino francês.

Susana Costa: Caroline Garcia – Não correu bem a passagem pela terra batida de Roma, mas a francesa tem mostrado grande serviço na superfície ocre frente às melhores. Venceu Ana Ivanovic em Estugarda, Karolina Pliskova em Madrid e deu muita luta a Maria Sharapova também na Caja Mágica. É para ficar de olho.

Pedro Almeida: Samantha Stosur – É um pouco arriscado apostar na campeã do US Open em 2011, visto que as suas prestações têm oscilado muito nos últimos tempos. No entanto, acredito que a australiana possa fazer muitos estragos, por exemplo, a uma Maria Sharapova na terceira eliminatória. Stosur vem com confiança, dado que foi campeã em Estrasburgo esta semana.

José Morgado: Svetlana Kuznetsova – A finalista de Madrid e antiga campeã de Roland Garros (2009) deu-se bem com o sorteio e se jogar a bom nível é uma das naturais candidatas às rondas finais.

Pedro Mendes: Madison Keys – A norte-americana foi semi-finalista do Open da Austrália no princípio do ano e chegou à final em Charleston. Apesar de estes terem sido os únicos dois torneios onde a jovem de vinte anos ganhou mais do que um encontro, poderá furar até às meias-finais se derrotar, primeiro, Petra Kvitova, que vem motivada mas que é sempre um pouco inconstante neste tipo de eventos, e Eugenie Bouchard – em bastante má forma recentemente.

Ricardo Alves: Svetlana Kuznetsova – Considerar uma antiga campeã de Roland Garros uma darkhorse pode ser pouco ortodoxo mas a verdade é que a russa tem vindo a perder competitividade no cenário feminino. Ainda assim, Kuznetsova foi finalista em Madrid depois de derrotar Sharapova e o seu ténis está em grande forma. Irá a russa surpreender tudo e todos?

José Morais: Samantha Stosur –  já lá vai algum tempo desde que Samantha Stosur dava que falar no circuito feminino. Depois de um título na semana anterior a Roland Garros, a australiana poderá transportar a sua boa forma e surpreender algumas pessoas em Paris.