Psicóloga de Medvedev e o que se passou no US Open: «Não é o primeiro nem o único»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Setembro 15, 2025

A viver uma fase complicada da carreira, Daniil Medvedev perdeu a cabeça no US Open, mais precisamente no encontro com Benjamin Bonzi. Pois bem, a psicóloga do russo saiu agora em sua defesa.

“Posso dizer que estou surpreendida e ao mesmo tempo não estou. Porque ele não é o primeiro nem o único a fazer este tipo de coisas. O ténis é um desporto que provoca este tipo de reações exageradas. O Daniil está um pouco habituado a certas mudanças de humor e sim, às vezes podem ser cáusticas e desagradáveis. O seu comportamento também afeta o público. Mas parece-me importante distinguir claramente o que se está a comentar. O facto do encontro sobre a interrupção, partir a raquete ou o que diz ao árbitro? Não são a mesma coisa. Tenho a impressão de que meteram tudo ao mesmo nível”, começou por dizer ao Tennis Majors.

“O que o Daniil faz não é muito politicamente correto. Não é aceite e talvez não seja aceitável, sobretudo porque muitos jogadores sabem como se controlar. Da mesma forma, podemos dizer o mesmo da parte do público que reage. As reações estão presentes em ambos os lados. Mas não há maldade profunda nem intenção de fazer dano quando este tipo de situações são obra de outros desportistas. Para jogadores com uma grande vivacidade mental como o Daniil, o que acontece nesse momento é tanto inconsciente como consciente, entre o não controlo e o controlo do que surge no espaço-tempo. A interrupção do fotógrafo no court foi, no mínimo, improvisada e deu lugar a uma extrapolação de percepções. O que lá a uma exagero nas reações”, acrescentou.

Francisca Dauzet ainda tinha um recado para acrescentar. “O que o Daniil faz não é ideal, mas é um facto do encontro. Podemos dizer sobre algo do encontro ‘o que está a fazer é horrível, é preciso interná-lo’? Sofremos esta pressão enorme nas redes sociais, onde se pode dizer tudo atrás do ecrã. As pessoas dizem ‘o Daniil isto, o Daniil aquilo’. As pessoas não sabem quase nada sobre o Daniil. O que digo não é uma defesa estrita do Daniil, mas um convite a que todos sejam mais prudentes nas suas intervenções públicas”, rematou.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt