Pospisil: «Quem não está no top 100 basicamente não consegue fazer dinheiro»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Julho 16, 2021

Vasek Pospisil é uma das vozes que falam mais alto contra o atual sistema no ATP Tour. Não é por acaso que é um dos fundadores, a par de Novak Djokovic, da Professional Tennis Players Association, vulgarmente conhecida como PTPA, que visa mudar a forma como tudo acontece nesta altura para proteger mais os tenistas, segundo os próprios fundadores do movimento. Ora, um dos motivos que dão mais força a esta ideia é o pouco dinheiro que sobra para os tenistas que não estão na elite, como relata o canadiano.

“Isto é de loucos. Quem não está no top 100 basicamente não consegue fazer dinheiro. E há tanto dinheiro a circular no ténis. A tarde é gigante, mas a fatia que nos dão é minúscula”disse o 61.º do ranking ATP, em entrevista ao ‘The Age’. “Não há outro caminho para jogadores se não ter uma representação independente. Estamos a ir contra uma máquina gigantesca. O ténis é o seu próprio animal”acrescentou.

Ora, a justificar todas estas afirmações estão dados revelados por Pospisil na mesma entrevista. No que diz respeito ao prize money, é destacado que os jogadores da NBA ficam com metade do dinheiro que é gerado, sendo que algo muito semelhante acontece na MLS, NHL ou MLB. No entanto, em sentido claramente oposto, os tenistas nem sequer chegam a receber 20% daquilo que é criado por toda a estrutura.

As consequências passam por obrigar os jogadores, especialmente os que estão fora do top 100, a ter de escolher entre viajar com o treinador ou com o preparador físico, tendo em conta os altos encargos financeiros que têm de ser pagos às equipas técnicas. Por outro lado, nos torneios Challengers, quem perde na primeira ronda recebe menos de 800 dólares e ainda há que retirar os impostos desse prémio, além de que, devido à pandemia de Covid-19, esses pagamentos ainda se tornaram mais curtos. Perante tudo isto, muitos decidem seguir por caminhos diferentes e apostam… no circuito de interclubes pela Europa.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt