Pedro Sousa não desiste: «Sei que não será fácil mas vale a pena tentar»

Por José Morgado - Janeiro 4, 2023
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Pedro Sousa, um dos melhores jogadores portugueses de todos os tempos, iniciou esta terça-feira, no Indoor Oeiras Open I, mais uma temporada no circuito ATP, acabando com as dúvidas sobre uma possível retirada, que tinha deixado no ar depois de, frustrantemente, ter desistido do Maia Open com (mais) uma lesão. Numa conversa franca em conferência de imprensa após perder no Jamor, o lisboeta assume que vai dar mais uma oportunidade à sua carreira e acredita nas suas chances

CARREIRA É PARA CONTINUAR?

“Falei com a minha família. Na altura do Maia Open estava um pouco frustrado, estava triste pela forma como as coisas terminaram e pela forma como me estava a sentir, mas era algo que já tinha na minha cabeça, que tinha de tomar uma decisão. Havia uma parte de mim que estava satisfeita pelos objetivos que concretizei na carreira, na qual tenho orgulho, mas havia outra parte que acredita que ainda consigo ter o nível de alguns jogos do ano passado. Se conseguir manter essa consistência vou conseguir voltar a estar perto do top 100. Sei que não é fácil, sei que as ‘odds’ estão contra mim, mas acho que vale a pena tentar, mereço essa hipótese enquanto o corpo me deixar e enquanto me sentir bem. E mesmo que não consiga o facto de ainda conquistar algumas vitórias pelo caminho já vai fazer com que valha a pena”.

SEM PROBLEMA DE JOGAR ITFS

“Vou jogar ITFs sem problemas. Já voltei ao zero, agora não estou no zero e tenho mais experiência, acredito que poderei lidar melhor com a situação. Estou preparado e sei que tenho nível para passar por essa fase outra vez”.

FORA DE UM GRAND SLAM APÓS MUITO TEMPO (SEM SER POR LESÃO…)

“Vejo tudo isto de forma natural. Se não ganhei jogos, se não competi tanto nem tão bem como queria é normal que o ranking caia e não jogar Grand Slams é uma consequência disso. Claro que gostaria de voltar o mais rápido possível, mas é algo que tenho de ver com naturalidade e entender porque não os jogo, porque o ano passado houve coisas mais importantes para mim. Não estou arrependido, era o necessário. Aqui estou para voltar o mais rápido possível.”

 

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt