Panatta confessa qual o tenista que pode entrar na rivalidade entre Sinner e Alcaraz
Adriano Panatta era até ao surgimento de Jannik Sinner era a maior lenda do ténis masculino italiano a par de Nicola Pietrangel. Panatta chegou a ser o número 4 do ranking mundial e venceu Roland Garros em 1976. Há uns dias o seu compatriota esteve a apenas um ponto de quebrar esse jejum de 49 anos, mas um tal de Carlos Alcaraz cruzou-se no seu caminho.
O ex-tenista é uma voz respeitada no ténis italiano e costuma partilhar a sua opinião sobre os feitos do número um do mundo. Desta vez, depois de desperdiçar três pontos de campeonato em Paris, não foi exceção.
ATUALMENTE ALCARAZ E SINNER NÃO TÊM RIVAL
“Alcaraz e Sinner estão dois passos à frente dos restantes. Teremos de nos habituar a vê-los em quase todas as finais. Não vejo quem os possa vencer”, afirmou o romano, numa opinião que se tem vindo a alastrar cada vez mais no circuito. Ainda assim, arriscou apontar o nome de um tenista que, na sua opinião, poderá aproximar-se dos dois melhores do mundo.
“O único com possibilidades é talvez o Lorenzo Musetti, porque é o mais talentoso entre os restantes e poderá ser aquele que tenha a oportunidade de os ameaçar. Claro que, desde que melhore alguns aspetos do seu jogo”, aventurou Panatta, que comentou também o momento de outros jogadores. “O Novak Djokovic está a envelhecer. Apesar de ter mostrado um grande nível até ao fim da meia-final contra o Sinner, também não vejo de que forma o Alexander Zverev os possa preocupar. O Jack Draper é um bom jogador, mas ainda não me convenceu o suficiente. Por isso, acredito que apenas o Lorenzo poderá travá-los.”
Após a aposta arriscada, mas plausível, analisou a histórica final entre Alcaraz e Sinner e procurou desvalorizar as três bolas de campeonato desperdiçadas pelo jogador de San Candido: “Tenho pena pelo Jannik, mas é assim quando se joga um encontro equilibrado contra um adversário forte. Perdeu alguns jogos que devia ter vencido por uma ou duas bolas. Antes da final, não tinha a certeza de que estivesse preparado fisicamente, mas aguentou. É normal que surjam problemas quando se joga mais de cinco horas.”
Por fim, comentou um tema que tem sido muito discutido na comunicação social italiana: o claro apoio do público francês a Alcaraz durante toda a final. “Se o Jannik tivesse ganho, os franceses atiravam-se da Torre Eiffel. O Sinner lidou com tudo na perfeição, nem pestanejou. Não precisou do apoio.” Ainda assim, apontou uma possível razão para essa preferência do público parisiense: “O Jannik é pragmático, enquanto o Alcaraz é mais temperamental, e isso conquistou-lhe o carinho do público. Mas não creio que isso seja um problema”, concluiu Panatta, que atualmente não vê rivais reais para Sinner e Alcaraz, mas aposta que, no futuro, Lorenzo Musetti possa sentar-se à mesma mesa.
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