Onde param os troféus de Serena? «Só guardo o que Venus me deu aos 8 anos»

Por Susana Costa - Janeiro 17, 2019

Apegada aos triunfos como poucas, Serena Williams revelou ser surpreendentemente desprendida dos inúmeros troféus que venceu nas mais de duas décadas de carreira que já leva. A revelação foi feita pela própria, esta quinta-feira, depois do seu triunfo na segunda ronda do Open da Austrália.

Ainda no court, a norte-americana de 37 anos não teve por onde escapar quando o antigo jogador Jim Courier, conhecido por conseguir sempre as mais inesperadas repostas, lhe apontou o microfone e lhe fez talvez a única pergunta para a qual a campeã de 23 Grand Slams não tem resposta: “Onde guardas os troféus?”.

“Essa é a grande questão”, começou por dizer Serena. “Ando a tentar reuni-los. Não sei… O meu treinador tem alguns. É mau. Mas, bom, vou tentar arrumá-los em algum sítio, todos juntos. Nunca fui de colecionar (risos)”, continuou a ex-número, tentando encontrar as palavras certas.

Mas a provar que fugir de apertos continua a ser com ela, fora ou dentro de court, Serena confidenciou, com emoção na voz, que há uma taça da qual não se desfaz. “O único troféu que eu guardo é um que ganhei quando tinha oito anos. Joguei contra a Venus [irmã] e perdi. Ela deu-me o seu lugar de vencedora, porque eu era uma péssima perdedora. E disse: ‘Serena, quero que tu venças’, e deu-me a taça que era dela. É o único troféu que guardo”.

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Um episódio com praticamente 30 anos, que o marido de Serena, Alexis Ohanian, confirmou pouco depois, na sua conta do Twitter: “A hitória é verdadeira. A Serena não sabe onde é que estão os seus troféus. Um deles acabou de aparecer no armário”.

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Resta saber de quantos troféus estamos a falar. Pois bem, além das 23 taças ganhas em provas do Grand Slam, Serena terá mais 49 “canecos” em parte incerta. Fora os títulos conquistados na variante de pares e as medalhas de ouro trazidas dos Jogos Olímpicos de Sydney, Pequim e Londres. Já para não falar dos que arrecadou antes de ingressar no “circuito dos grandes”. Chamemos-lhe minimalista.

Descobriu o que era isto das raquetes apenas na adolescência, mas a química foi tal que a paixão se mantém assolapada até hoje. Pelo meio ficou uma licenciatura em Jornalismo e um Secundário dignamente enriquecido com caderno cujas capas ostentavam recortes de jornais do Lleyton Hewitt. Entretanto, ganhou (algum) juízo, um inexplicável fascínio por esquerdas paralelas a duas mãos e um lugar no Bola Amarela. A escrever por aqui desde dezembro de 2013.