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O pulso de Thiem e os joelhos de Anderson: os maiores desafios de Carlos Costa
Numa entrevista exclusiva ao Bola Amarela, Carlos Costa, fisioterapeuta de Andrey Rublev, partilhou os maiores desafios com que já lidou ao longo da carreira. Um deles foi quando trabalhou com Dominic Thiem e o outro foi com Kevin Anderson, antes de ajudar a lançar o sul-africano para duas finais do Grand Slam. Mas comecemos pela lesão no pulso direito de Thiem, que Carlos Costa ajudou a tratar.
“Foi um dos maiores desafios da carreira. O Thiem tinha vindo de uma lesão realmente grave e foi uma lesão que foi recorrente. Houve uma mau diagnóstico, voltou a fazer a mesma rotura e estava em risco de fazer uma cirurgia. Foi aí que me pediram para juntar à equipa porque tinham tirado o fisioterapeuta anterior. O meu papel era mesmo reabilitar o punho e voltar a deixá-lo como antes. Foi um processo muito moroso. Achava que ia ser mais rápido, mas havia muito medo porque era a primeira vez que tinha tido uma lesão assim na carreira. Em termos de reabilitação foi rápido, mas em termos de voltar ao ténis e à intensidade e competitividade, demorou”, referiu.
“Isto foi em outubro há dois e ele no ano seguinte em abril já estava OK para competir porque tinha níveis de força, mobilidade, tudo normais a anteriores porque eu controlava tudo: o número de bolas, o spin, que pedia a pessoal da ATP para me dizerem se o número de rotações era igual a antes, a velocidade de bola. Gosto muito de analisar esse tipo de informação. Foi para ele ver que estava nos mesmos valores de antigamente para não ter medo de jogar como antes”, acrescentou.
Carlos Costa revela ainda que houve uma outra questão atrasou mais o regresso de Thiem, tudo sempre relacionado com o receio que o austríaco ia demonstrando. “Mesmo assim, ele devia ter tanto receio quando batia a direita aberta, que foi a que criou a lesão, que íamos a Indian Wells e Miami do ano passado, apareceu-lhe uma dor na mão de um problema que tinha tido com 12 anos. Mudou o tipo de pega da raquete para proteger-se do punho inconscientemente e perdemos Indian Wells e Miami e voltámos quase tudo ao início a corrigir a técnica para ele voltar a jogar normal. Só esse contratempo fez-nos perder mais um mês e meio de competição. Depois lá voltou mas via-se que havia muito receio. Os jogadores até diziam que ele treinava a cem por cento, batia a bola como antes, ia para os jogos e descia quase dois níveis pelo receio”, apontou.
Por outro lado, o fisioterapeuta português falou também de outro desafio exigente com que teve de lidar… antes de somar muito sucesso. Trata-se do que aconteceu quando trabalhou com Kevin Anderson. “A outra foi a do Kevin. Ele tem degeneração de 60 por cento num joelho de 70 no outro. Na altura, foi uma recuperação muito complicada porque quando comecei ele não conseguia treinar e acho que foi uma das razões por que me chamaram. Não estavam a arranjar solução para os joelhos e pediram-me para me juntar à equipa. Foram dois ou três meses até estabilizar e até deixar de doer e foi aí que resultou”, rematou.
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