Foro Itálico poderá dizer adeus ao Masters 1000 de Roma

Não há grandes dúvidas de que o Foro Itálico é um dos complexos de ténis mais cobiçados do mundo. Com traços tipicamente italianos e recheado de tradições em cada esquina, este é um local que tem colocado o Internazionali BNL d’Italia no calendário de milhares de fãs de desporto todos os anos, mas é este mesmo sucesso que poderá ditar a mudança de casa do Masters 1000 transalpino.

Inaugurado em 1932 sob as ordens do ditador Benito Mussolini, o Foro Itálico, que antes se chamava precisamente Foro Mussolini, é atualmente palco daquele que o presidente da Federação Italiana de Ténis, Angelo Binaghi, considera ser “o espetáculo desportivo mais importante” a nível nacional, mas é claro quanto ao seu futuro no complexo: “já não cabemos aqui”.

Na edição deste ano, o torneio romano recebeu cerca de 200 mil espetadores, mais 25 mil do que no ano passado, e registou um aumento de 23% na venda de bilhetes, o que elevou os ganhos para os 10 milhões de euros. O complexo tem neste momento capacidade para albergar cerca de 10 500 espetadores de uma só vez.

Centrale

O futuro do torneio poderá então passar para uma nova sede, perto do aeroporto Leonardo Da Vinci, com vista também aos Jogos Olímpicos de 2024. Mas porque não realizar obras no Foro Itálico? A verdade é que projeto inicial de construção do Centrale teria até sido pensado para incluir mais dois a três mil lugares, falando-se ainda da possibilidade de um teto retrátil.

Contudo, devido à condição de monumento histórico, as obras do complexo terão sempre de cumprir com certas restrições que limitam a sua expansão.

“A cada ano tentamos arranjar novas soluções, mas não há muito mais que possamos fazer. Teremos de ver se é necessário o divórcio ou se podemos seguir com esta relação”, concluiu Binaghi, referindo-se à parceria que a Federação mantém com a Comitê Olímpico Italiano na realização do torneio que coroou novamente Novak Djokovic, neste domingo, como campeão.