Nuno Borges: «Tenho orgulho em ser português e mostrar aos miúdos que é possível»
Nuno Borges passou este sábado pela principal sala de conferências de imprensa do Australian Open e falou sobre todas as suas emoções após fazer história pessoal (e para o ténis português) rumo aos oitavos-de-final do primeiro Grand Slam da temporada, em Melbourne.
AINDA NÃO ACREDITA…
Ainda estou a processar e ainda não consigo acreditar. A minha reação no final foi bastante honesta. Eu não estava pronto para vencer este encontro quando começou Fui set a set, mantive-me no momento. Competi no momento. Foi um primeiro set duro e foi importante no início do segundo set salvar pontos de break e aproveitar a minha primeira chance para quebrar. Foi aí que o encontro virou. Ele jogou mal no terceiro set. Continuei a puxar, estive muito bem a aproveitar as oportunidades e estou aqui com a vitória.
TENTOU JOGAR PONTO A PONTO, SET A SET
Não tinha a pressão do meu lado e tentei usar isso. Tentei descontrair-me para jogar o meu melhor ténis e depois a confiança aumentou. No início parceira tudo muito rápido e intimidado com o público, mas depois fui ficando mais confortável e a sentir-me melhor nas trocas de bolas, respostas e alguns detalhes. Foi um ponto ou dois nos momentos importantes.
NUNCA SEQUER TREINOU COM MEDVEDEV
Acho que nunca treinámos. Eu ainda sou novo nisto e nunca tive muitas chances de competir com os melhores. Ainda sou novo nisto. Espero um encontro muito duro, mas ainda não estou pronto para pensar nisso. Vou desfrutar esta noite e amanhã vou pensar. É um jogador incrível, muito consistente nos Grand Slams e um grande desafio.
ORGULHO PORTUGUÊS
É grande para Portugal. Estou orgulhoso por ser português e estar aqui a competir nos maiores torneios do Mundo. Espero estar a conseguir mostrar aos mais jovens que é possível estar aqui.
EXPERIÊNCIA DE COMPETIR EM GRAND SLAMS A ESTE NÍVEL
É de loucos. Estádios cheios e nos Grand Slams a atenção é maior, tudo tem mais importância e significado. É onde toda a gente dá tudo para ganhar. Vencer encontros à melhor de cinco sets é muito exigente. Faz-te realmente merecer. É um grande feito para mim e estou muito contente. Estou a viver o sonho.
JÁ SE APERCEBEU DO FEZ?
Ainda não me apercebi do que alcancei. Acho que estou a viver com um dia e meio de atraso.
DECISÃO DE IR PARA O COLLEGE COM 18 ANOS
Tinha 18 anos depois do ensino secundário. Sou muito tímido e não queria falar com treinador de nenhuma universidade naquele momento. Senti-me intimidado. Não me sentia pronto para ir para o circuito profissional naquele momento e entendi que talvez fizesse sentido jogar dois ou três anos na Universidade. Não é fácil jogar 30 torneios por ano com 18 anos, em condições que não são as melhores na maioria das vezes. Ou está vento, os courts não são perfeitos, os árbitros erram chamadas. Pode ser desafiante. Decidir adiar o profissionalismo, ir para os Estados Unidos e competir apenas em alguns torneios no verão. Senti que estava a preparar-me bem e de forma consistente na Universidade. Mantive-me lá os quatro anos porque senti que me estava a desenvolver. Aprendi muito sobre mim também.
SONHO DE ENFRENTAR DJOKOVIC
Adorava defrontar o Novak Djokovic. Já joguei com o Carlos Alcaraz quando ela era número 1. O Djokovic seria o próximo desafio. Seria um prazer.