Nuno Borges: «É óbvio que estou a pedir muito de mim e tenho de estar contente»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Abril 27, 2022
Créditos: Millennium Estoril Open

Nuno Borges despediu-se do torneio de singulares do Millennium Estoril Open, ao cair frente a Frances Tiafoe. Desapontado especialmente com o terceiro set, o número dois nacional levantou a cabeça e repetiu várias vezes que tem de estar feliz com a sua prestação.

ANÁLISE AO JOGO

Acho que o terceiro set foi um acumular de tudo o que se passou no encontro. A minha oportunidade foi mais no primeiro set. Senti-me cabisbaixo, a duvidar um bocadinho. Nem estava à espera de conseguir o segundo set. Aguentei-me, aguentei-me e senti que de alguma maneira ele estava a pôr muita pressão. Quando descolou foi muito difícil acompanhá-lo. Foi um bom jogo no geral.

PRIMEIRO SET

Posso ter ganho mais pontos na resposta mas não me senti tão perto de o quebrar a não ser no 3-3, em que ele cometeu alguns erros e eu quase aproveitei. Ele esteve bem e às vezes até foi isso que aconteceu, não foi eu não jogar bem. Depois no tie-break acontece muito o jogo virar assim. Ele esteve muito bem, foi limpinho e eu cedi alguns pontos em que podia ter feito melhor.

MAIOR APRENDIZAGEM

De uma maneira genérica, para não ser algo tão técnico, estar sempre muito positivo e mostrar que quero muito acho que me dá jogos de ‘borla’. Dá-me jogos de maneira que não esperaria conseguir ganhar. Só por estar lá e mostrar que quero. Se calhar faz duvidar o adversário. Agora há muita coisa técnica que aprendi, e tenho vindo a aprender, que este torneio veio expor um bocadinho mais. Mas não quero estar a mostrar as minhas vulnerabilidades. (risos)

DIFERENÇA DE UM JOGADOR DO TOP 30

Não vi assim claramente algo escandalosamente diferente. É mais um jogador. Não é só um qualquer. Ele estava muito confortável no jogo. Mantinha-se confortável com o estádio cheio a apoiar-me a mim. Acho que é mais aí do que propriamente o nível. Sem dúvida que é altíssimo e houve momentos em que não tive grandes hipóteses, mas mesmo assim sentia que podia ter feito ali um bocadinho mais. É óbvio que estou a pedir muito de mim e no geral tenho de estar contente porque fiz uma boa exibição e um bom torneio de singulares.

NOITE ANTES DO JOGO

Estava controlado. Não fugiu muito do normal. Às vezes chegando mais perto do encontro pesa um bocadinho. Na noite estava a rebobinar o nosso par e a ver como ia dar a volta aquilo. Se calhar os nervos até vieram do par e de como saímos do campo do que propriamente do jogo de singulares.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt