Nuno Borges e as palavras de Cilic: «Se ele disse mesmo isso, é um grande elogio»

Por José Morgado - Abril 28, 2021
borges-estoril

Nuno Borges mostrou-se esta quarta-feira naturalmente contente com a sua prestação no Millennium Estoril Open e com a sua exibição diante de Marin Cilic, apesar da derrota em três sets diante do tenista croata, antigo top 3 mundial.

“Foi um bom encontro no geral, só tenho de estar satisfeito. Custa-me muito perder, seja com quem for, mas ele mereceu ganhar. Jogou bem nos momentos mais importantes. No primeiro set aproveitei bem as oportunidades que ele me deu, depois andei ele por ela no segundo e no terceiro, que podia ter caído para o meu lado. Mas não consegui. A interrupção se calhar até me favoreceu”, confessou em declarações na conferência de imprensa após o encontro, assumindo que esta semana é a mais especial da sua vida em termos profissionais. “Melhor resultado da minha carreira. Primeiro ATP e entro logo a ganhar. Estou triste por não ter vencido mas foi muito positivo para mim e para a minha carreira.”

Borges mostrou-se ainda impressionado (e surpreendido) com os elogios feitos por Marin Cilic. “Se ele disse mesmo isso, é um grande elogio. Por acaso não me senti nada confortável. O meu serviço não me pareceu nada de especial comparado com o dele. Sem dúvida que é uma motivação para continuar a trabalhar e chegar lá um dia.”

Borges falou ainda do ténis em tempo de pandemia e das dificuldades que alguns dos seus companheiros têm tido em competir neste período. “Não consigo prever o que vai acontecer. É a primeira vez que lido com a pandemia. Há muita gente a beneficiar o congelamento e é difícil conseguir prever. Mas jogar torneio maiores ajuda imenso. Isto conta tanto como ganhar três ou quatro torneios daqueles que eu jogo. O ATP também tem sido prejudicado com isto, mas são os menos prejudicados. Os Futures estão a fechar a 500/600. Há jogadores que não conseguem jogar”.

As pausas por causa da chuva foram passadas a falar com Francisco Cabral, seu amigo e parceiro de pares. “Estive a falar com o Francisco, que tem estado comigo. Não era naqueles momentos eu ia propriamente fazer diferença”, assumiu, antes de confirmar que João Maio continua a ser o seu treinador. “O João é o meu treinador, mas com o logística do covid-19 decidimos dividir o quarto, ele ficou comigo e temos vindo cá assinar para tentar jogar pares, mas não aconteceu, infelizmente. Mas ele ajudou-me.”

Borges assume que necessita de mais torneios ATP para perceber o quão longe está de poder vencê-los. “Preciso de competir mais este nível para perceber. O ténis dele fez-me sentir que dependia muito dele. Ele tomava a iniciativa quando eu achava que não era possível. Andei atrás da bola. Tentei tirar partido do meu serviço porque na resposta era difícil. Ele também falha muito, mas é o jogo dele. Fiquei a sentir que estava muito dependente dos erros dele, a aguentar.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt