Nadal sem tabus no Australian Open: «Se perder na segunda-feira não é o fim do mundo»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Janeiro 14, 2023

Rafael Nadal inicia esta segunda-feira a defesa do título no Australian Open, mas o desafio dificilmente podia ser mais exigente, tendo em conta que vai defrontar o britânico Jack Draper. Rafa reconhece os problemas que poderá ter, mas garante que se sente bem e desdramatiza o encontro, especialmente se não correr bem.

SENTE-SE VULNERÁVEL?

Sinto-me vulnerável, sem dúvida. Tenho perdido mais do que o habitual, faz parte. Tenho de aceitar a situação. Sou suficientemente humilde para aceitar isto e trabalhar com o que tenho. Tenho de reconstruir o meu ascendente, a minha confiança, com vitórias. Tenho de lutar para vencer. Não joguei mal os dois primeiros encontros do ano, perdi contra grandes adversários, mas com hipóteses de ganhar. Estou aqui há três semanas, a treinar todos os dias com estas condições, com os melhores jogadores. Isso ajuda muito. Não sei o que vai acontecer na segunda-feira, mas a minha sensação é de que estou melhor agora do que há três semanas.

PRONTO PARA A AÇÃO

É preciso vir com o próprio ascendente e o meu não é mau. Estou feliz, a treinar bem. Agora preciso de um par de vitórias. Espero que isso aconteça aqui, se não, vou continuar a trabalhar para que aconteça o mais rápido possível. Se perder na segunda-feira não será o fim do mundo. Será duro, mas vou aceitar sem importar o resultado. Sinto que estou a melhorar, sinto-me mais rápido. Espero fazer um bom Australian Open, mas nunca se sabe o que pode acontecer. Sinto-me preparado, sinceramente.

TÍTULO DO ANO PASSADO

O desporto vai muito rápido. O que aconteceu em 2022 fica no passado. No desporto, especialmente no ténis, as pessoas lembram as vitórias. Recordarão que tenho 22 Grand Slams, não que perdi 50. O que acontece no ano passado ficará no meu coração e na minha memória para sempre. Uma das vitórias mais emotivas da minha carreira.

DRAPER COMO ADVERSÁRIO A ABRIR

Provavelmente é uma das primeiras rondas mais complicadas sendo cabeça-de-série. É jovem, poderoso, está a crescer muito rápido, tanto no ranking como no seu ténis. É um grande desafio para mim no início do torneio, veremos. Tem muitas coisas positivas e uma grande carreira pela frente. Espero estar pronto para a luta.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt