Nadal renova confiança na Austrália: «Agora vejo-me a continuar a jogar ténis»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Fevereiro 2, 2022

A caminhada de Rafael Nadal no Australian Open foi muito mais importante do que ‘simplesmente’ significar a conquista do seu 21.º título do Grand Slam. É que o tenista espanhol enfrentava momentos muito complicados na carreira, ao ponto de duvidar se ia voltar a ser competitivo, a mostrar o seu melhor. A resposta não podia ter sido mais afirmativa,  ao bater Daniil Medvedev numa final de loucos que deu uma injeção de confiança a Rafa.

“Senti muitos nervos e foram momentos muito duros na final. Estava a ir por um mau caminho, ela era muito melhor do que eu. No segundo set tudo mudou, já não era inferior a ele. Era importantíssimo ganhar o segundo set porque via que já não ia muito bem fisicamente, então tinha de o ganhar para ter opções reais. Quando o perdi, o choque foi grande com muita decepção. Mas as circunstâncias deram-me oportunidade de ir lutando. O apoio das pessoas foi incrível, com muitos pontos emocionantes. Cada vez me sentia mais capacitado e melhor. A Austrália tem um nível emocional porque é onde eu sofri mais na minha carreira. Agora vejo-me a continuar a jogar ténis, isto foi uma grande injeção de confiança para seguir em frente”, confessou numa conferência de imprensa dada na sua academia.

Questionado sobre o que retira do título no Australian Open, Nadal deu uma resposta emocionante. “Levo o troféu, o apoio incondicional do público. A nível pessoal foi uma experiência inesquecível, pude desfrutar da competição outra vez, algo que era inimaginável. Ganhar ou perder são circunstâncias. Durante três ou quatro semanas na Austrália senti-me surpreendentemente bem contra toda a gente. Dou especial valor ao treino. Quando começas a sentir como estás, essa é a base de conseguir isto”, apontou.

Já sobre as maiores dificuldades que teve na preparação para o Australian Open, Rafa abriu o livro sobre o sofrimento por que passou. “Passámos por momentos melhores e piores. Às vezes com sonhos, outros complicados, porque vês que as coisas não vão da maneira certa. Houve alturas em que não sabia o que ia acontecer. Houve dias em que treinei 20 minutos, outros nada, outros duas horas. Assim era tudo. Trabalhei no ginásio, que é algo de que não gosto especialmente. Às vezes não dava para fazer nada e tinha de aceitar e ir para casa”, revelou.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt