Murray celebra triunfo 700 mas já olha mais à frente: «Adorava chegar às 800 vitórias!»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Março 12, 2022

Andy Murray viveu um momento especial que há uns anos lhe podia parecer uma miragem. Quando foi submetido a uma intervenção cirúrgica a uma das ancas, o fim da carreira parecia estar à vista para o antigo número um do Mundo, mas a verdade é que o britânico nunca deixou de lutar e agora celebrou a simbólica vitória número 700 na carreira. Algo que o deixa radiante e… a sonhar com mais.

“Significa muito porque sei o quão difícil foi chegar aqui, sobretudo nos últimos anos. Quando se vê os jogadores que alcançaram esta marca, a maioria são os melhores dos últimos 30 ou 40 anos. Estar nesse grupo é muito bonito. Os tenistas que estão entre as 700 e 800 vitórias são alguns incríveis e que eu via quando era pequeno. Outros são os melhores da história. Sei que possivelmente não pensaram nisto quando jogavam, mas adorava chegar às 800 vitórias! Isto deixa-me muito orgulhoso dos meus êxitos, ainda para mais numa era incrivelmente difícil”, confessou.

Questionado sobre qual foi o momento mais especial entre as 700 vitórias, Murray escolheu um. “Provavelmente chegar a número um do Mundo. Nunca me centrei no número de vitórias ou em registos, mas à medida que chego ao final da minha carreira, há certos números que era muito bom conseguir. Não houve muitos tenistas a alcançar isto e conseguir este feito é muito duro. Diziam-me que cheguei às 600 em Cincinnati’2016. Passaram cinco anos e meio para somar outras 100. Agora sim, olho para estas coisas. Dá-me mais motivação”, acrescentou.

Murray foi ainda convidado a falar um pouco sobre o seu percurso e sobre se houve algum ponto de viragem. O britânico não hesitou em apontar um momento específico. “O período entre Wimbledon’2012 e os Jogos Olímpicos foi muito importante para mim. Roger ganhou o seu primeiro Grand Slam contra Philippousis, Rafa contra Puerta e Novak a Tsonga. Nenhum desses finalistas tinha ganho um Slam antes. Quando eu lutava para ganhar Marjos, enfrentei Roger um par de vezes. Defrontei Novak também. Foram finais muito duras contra jogadores que já tinham experiência a ganhar Grand Slams. Quando perdi a final de Wimbledon contra Federer, havia muitíssima pressão. Havia dúvidas sobre mim e sobre se podia ganhar um Grand Slam”, admitiu.

“De facto, eu também fazia essas perguntas! Trabalhava muito, mas não conseguia dar o último passo. Depois dessa final de Wimbledon contra o Roger fiquei lixado durante vários dias e aceitei que se calhar nunca ia acontecer e não ia ganhar um Grand Slam. O que controlava era o esforço e o trabalho. Por isso, ganhar um mês depois os Jogos Olímpicos, na final contra o Roger, no mesmo court e da forma como foi, foi um passo enorme na minha carreira”, rematou.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt