Lehecka: «O único jogador que pode derrotar o Sinner é o Alcaraz»

Por José Morgado - Maio 31, 2025
Lehecka

PARIS. FRANÇA. Jiri Lehecka foi arrasado por Jannik Sinner na terceira ronda de Roland Garros. O número um mundial venceu por 6-0, 6-1 e 6-2, num encontro sem história e absolutamente dominado pelo italiano.

Na conferência de imprensa após o embate, Lehecka não poupou elogios ao adversário: “Notava-se que estávamos a jogar em terra batida. Mas a principal diferença esteve no meu jogo, não no dele. Ele jogou de forma incrível, só houve um dominador em campo, fez tudo bem. Senti que estava a jogar contra mim próprio, porque ele estava a ser mil vezes melhor em tudo. Não acho que ele faça coisas muito diferentes na terra. O jogo dele é muito duro e dominante e quer mantê-lo assim em qualquer encontro, independentemente da superfície.”

Questionado sobre as condições, o checo admitiu que não influenciaram o desfecho: “As condições eram muito diferentes em relação ao meu último jogo. Foi um infortúnio para mim, mas não teria mudado muito. Talvez tivesse ganho mais alguns jogos, mas pouco mais. As bolas estavam mais pesadas e isso tirou-me alguma potência e a minha pequena vantagem no serviço. Mas ao Sinner isso não afetou nada, ele estava muito concentrado, a fazer tudo o que queria.”

Lehecka confessou mesmo que teve receio de não ganhar qualquer jogo: “Pensei que não ia ganhar um único jogo. Toda a gente viu o que aconteceu em campo. Fiquei feliz por ter ganho um, pela forma como ele estava a dominar-me em todos os aspetos. Sinceramente, os três jogos que ganhei hoje foram um grande sucesso para mim. Esta é a realidade. Não acho que pudesse ter feito algo diferente para ganhar. Ele jogou um encontro incrível e deu-me uma tareia. É o número um do mundo. Se tivesse perdido com outro jogador, estaria muito irritado. Até o treinador dele veio ter comigo depois do jogo para dizer que o Sinner tinha feito uma grande exibição. Estou feliz por ter chegado à terceira ronda de Roland Garros e por ter vencido dois bons encontros antes.”

Por fim, apontou aquele que considera o único jogador capaz de travar o italiano em Paris: “Honestamente, o único que pode vencer o Sinner é o Alcaraz. É um jogador que gosta deste tipo de condições, movimenta-se muito bem, bate com muito spin e sabe o que fazer em cada momento: quando fazer amorties, quando subir à rede… Aliás, os únicos pontos que ganhei hoje foram quando subi à rede, e isso é algo que o Carlos sabe fazer muito bem. Sinceramente, acho que se o Sinner mantiver este nível, não importa quem esteja do outro lado da rede, porque ele está a servir muito bem, a responder melhor ainda e a dominar todo o encontro. Mas se tiver de imaginar alguém capaz de o vencer, esse alguém é o Alcaraz — embora tudo dependa das condições do jogo.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com