Kyrgios, o pragmático: «Tornar-me n.º 1 não me entusiasma; jogo pelo dinheiro»

Por admin - Dezembro 13, 2016

Os entrevistadores mudam, as respostas é que não. Nick Kyrgios não está cá para enganar ninguém e é sem problemas de consciência ou pruridos que fala da sua pragmática relação com o ténis. Ser jogador é, antes de mais e sobretudo, o seu sustento, esclareceu o australiano de 21 anos ao jornalista Rohit Brijnath do “The Straits Times”.

“Tornar-me número um mundial não me entusiasma, para ser sincero”, admitiu o número 13 mundial. Não é algo algo que eu quisesse ser. Ser número 13 mundial, número um mundial ou número 20 mundial não me faz diferença. Isto é apenas ténis. As pessoas dizem-me o que é que eu devo fazer, como é que me devo comportar, todos os dias, mas eu não quero saber”.

>Este é o tipo de discurso que leva, inevitavelmente, à pergunta ‘mas, então, porquê o ténis?’. “Porque infelizmente todos precisamos de dinheiro, não é?”, disse Kyrgios, para quem vencer um Grand Slam “seria divertido, talvez”.

“No fim de contas, estamos só a jogar ténis. Na verdade, não é assim tão importante. Há problemas e outras coisas sobre as quais eu penso. No todo, o ténis é muito pequeno. Eu digo a palavra-F e passo a ser uma má pessoa. Há problemas no mundo maiores do que isso”, acrescentou.


Sou absolutamente abençoado por poder disputar um desporto que me dá grandes recompensas


A conversa entre o veterano jornalista indiano e Kyrgios tomou um caminho mais suave, ou não fosse o basquetebol a sua grande paixão, mas continuou tão sincera como começou. “Adoro tudo [no basquetebol], o barulho, a bola, o ambiente”.

Quanto ao ténis: “adoro tudo aquilo que retiro dele, tudo o que ganho com ele. Gosto do dinheiro, do estilo de vida. Sou absolutamente abençoado por poder disputar um desporto que me dá grandes recompensas. Viajo para novos lugares, conheço pessoas novas e conheço o mundo. Sou um sortudo por fazer o que faço”, rematou.