Juan Manuel Rodríguez: «Podemos passar a fase de grupos e surpreender»

Por admin - Outubro 26, 2016
Juan Manuel Rodriguez (primeiro à esquerda, primeira fila) com equipa masculina

O treinador das Seleções Nacionais, Juan Manuel Rodríguez, nunca imaginou o pior cenário para a XIII edição do World Padel Championships, que vai decorrer na Quinta da Marinha Rackets Pro, entre os dias 14 e 19 de novembro. Mas o pior aconteceu! Portugal, ditou o sorteio, está obrigado a defrontar Espanha, cabeça de série do Grupo B, Alemanha e Brasil na competição masculina.

E, na prova feminina, medirá forças com o Brasil e Paraguai. O selecionador argentino, admite, “sofreu uma grande desilusão”, mas, ultrapassado o “choque” inicial, conseguiu assimilar o surpreendente e pouco simpático sorteio e continua a acreditar nas possibilidades lusas para atingir as metas traçadas para o Mundial. O quarto lugar para a Seleção masculina e o pódio para a Seleção feminina.

A estratégia, essa, já está praticamente definida e a ser trabalhada com as ambas as formações. Ainda assim, sublinha o técnico, a maior força de Portugal “estará na vontade dos jogadores de querer ganhar, na capacidade de se superarem e superar a pressão”.

Bola Amarela (BA): O que sentiu quando tomou conhecimento do resultado do sorteio para o Mundial que colocou a Seleção Nacional masculina no grupo de Espanha e Brasil e a feminina no grupo do Brasil? Como avalia estes dois grupos?

Juan Manuel Rodríguez (JMR): Sinceramente, uma grande desilusão e nervosismo. Era o pior que nos podia calhar e acho que nenhum de nós chegou a pensar nessa hipótese. Mas, agora que já passaram alguns dias, vou assimilando a realidade e estou a tentar concentrar forças e a pensar numa estratégia para passarmos às rondas finais. São dois grupos muito difíceis, tanto o dos homens como das senhoras, mas continuo a acreditar que temos possibilidades. Na competição masculina, obviamente que não somos favoritos e ficámos num grupo com duas ou três potências do padel mundial, mas acredito que podemos passar a fase de grupos e surpreender. Na prova feminina, vamos defrontar o Brasil, uma equipa teoricamente mais forte que nós. Ainda assim, a qualificação para a fase seguinte é mais fácil. Neste momento, só nos resta treinar para chegarmos ao Mundial o melhor preparados possível.

BA: Antes do sorteio, o Juan tinha estipulado como objectivo, na competição masculina, o quarto lugar e o pódio para a equipa feminina. Depois do sorteio, repensou essas pretensões?

JMR: Os objetivos finais estipulam-se em função do nível dos jogadores. E julgo não estar enganado em pensar que as nossas equipas podem perfeitamente ocupar essas posições. Claro que o sorteio não nos facilitou a tarefa, tanto nos homens como nas senhoras, em que estamos a apostar numa equipa mais jovem e consequentemente com menos experiência. Ainda assim, temos capacidade para atingir os objetivos. Em Portugal o padel está a fazer, em geral, um grande trabalho e oxalá as Seleções Nacionais consigam mostrar o lugar que ocupamos no padel internacional.

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BA: Teoricamente a equipa masculina terá maiores dificuldades na fase de grupos, uma vez que tem de jogar e eliminar um dos favoritos à vitória final (Espanha e Brasil). Qual é a estratégia que vai adoptar? Já começou a trabalhar nisso com os jogadores?

JMR: É óbvio que Espanha não é o nosso rival a abater. À priori Argentina e Espanha são muito superiores e isso é de conhecimento geral. Nós devemos apontar o nosso alvo e ganhar a Alemanha e ao Brasil porque, na fase grupos, tudo vai depender das partidas entre as nossas e as formações deles. A estratégia para esses encontros está quase definida e esperamos que, desta vez, tenhamos um pouco mais de sorte. Os jogadores, a direção da Federação Portuguesa de Padel e eu falámos sobre o sorteio. E, tal como todos, os jogadores já estão a ultrapassar o desapontamento inicial e estão muito motivados para poder alcançar os nossos objetivos. O entusiasmo é realmente bom, tal como compromisso de todos. Acredito que todas as outras equipas estão tão preocupadas como nós, já que todas elas têm mais a perder. Os jogadores querem fazer um grande resultado, querem corresponder às expectativas de todos os portugueses que estiverem no Mundial a apoiar e ambicionam, sobretudo, colocar o padel português numa justa posição no meio internacional.

BA: O que poderá fazer a diferença e ajudar as Seleções Nacionais a conseguir ultrapassar o primeiro desafio, ou seja a fase de grupos?

JMR: Jogar em casa é sempre um ‘plus’ e o público português pode ser naturalmente uma grande ajuda para as duas equipas. Os jogadores sentem essa motivação do público e os adversários também sofrem. Mas claro que a diferença estará na vontade deles e delas de querer ganhar, na capacidade de se superarem e superar a pressão, além de desfrutarem dos momentos vividos por qualquer atleta que representa o seu país. É, sem dúvida, o momento mais alto que podem viver na carreira.