Ivanisevic dá fórmula do sucesso: «Djokovic treina ainda mais duro do que aos 22 anos»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Novembro 21, 2022

Goran Ivanisevic é um homem feliz depois de um 2022 estranho. O treinador de Novak Djokovic viveu uma montanha russa do início ao fim, com muitas más notícias pelo meio, mas termina a celebrar a conquista das ATP Finals. O croata dá a receita para o sucesso e ainda garante que o ranking seria bem diferente em condições normais.

FIM COM CHAVE DE OURO

Alguém lá em cima disse ‘vais terminar o ano assim’. Merece. Ninguém sabe como foi estar na pele dele, fazer parte da sua equipa. Não foi um ano fácil, mas acabou a dar frutos. Quando és tenista enfrentas pressão o tempo todo, mas tivemos de esperar para fazer o calendário e não nos pudemos organizar. Primeiro deixam jogar, depois já não. Foi uma montanha russa. Felizmente as coisas acalmaram e cada vez mais países abriram. Depois de Wimbledon esperávamos notícias positivas dos Estados Unidos, mas não chegaram.

ONDE PODIA ESTAR NO RANKING

O pior é a espera. Queres jogar e não sabes onde o poderás fazer. No fim, podia ter terminado como número um do Mundo se a ATP não lhe tivesse tirado os pontos de Wimbledon. Nem vou falar dos outros 8 mil pontos que não teve hipótese de disputar…

ESPERA PELO US OPEN

Houve um momento depois de Wimbledon em que Novak começou a treinar à espera de boas notícias dos Estados Unidos. Eu tinha as minhas malas feitas à espera. Ele estava a preparar-se, mas não havia notícias. Passou Cincinnati, mais uma semana e começou no US Open quando soubemos que não íamos.

COMO SE MANTÉM ASSIM AOS 35 ANOS

Treina ainda mais duro do que quando tinha 22 anos. Por isso continua a ser tão bom e ainda vai melhorar. A vontade de treinar e melhorar é incrível. Cuidado do seu corpo. No meu tempo deixávamos o ténis aos 30, mas agora é assombroso. Vejam Roger Federer de há dois anos, vejam Rafael Nadal. Aparecem jogadores mais novos, mas Djokovic continua com fome de ganhar. Se continuar assim, vai ser sempre competitivo, favorito nos Grand Slams e nos grandes torneios.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt