Hamaliy derrota Pipa Santos e Inês Murta perde e emociona-se

Por Bola Amarela - Abril 12, 2021
hamaliy
FOTO: Sara Falcão

Elizabet Hamaliy qualificou-se, esta segunda-feira, para a segunda ronda do quadro principal de singulares do Oeiras Ladies Open, torneio internacional feminino de 60.000 dólares organizado pela Federação Portuguesa de Ténis no Complexo Desportivo do Jamor. A aguardar pela conclusão do processo de naturalização, a tenista nascida na Ucrânia venceu Ana Filipa Santos. Inês Murta regressou à competição e não conseguiu surpreender.

No encontro mais aguardado da jornada, Hamaliy (1248.ª do ranking WTA) confirmou a tendência dos duelos no circuito nacional e derrotou Santos (1191.ª) num longo duelo, concluído com os parciais de 7-6(1) e 6-3 depois de 2h15.

Em pleno court central do Jamor, Elizabet Hamaliy — que em janeiro chegou à final do Masters organizado pela Federação Portuguesa de Ténis — recuperou de dois breaks de desvantagem na primeira partida e consumou a reviravolta no tie-break. Depois, voltou a ter de lidar com um melhor começo de Ana Filipa Santos, que no segundo parcial fez a primeira quebra de serviço, mas não soube manter o ascendente e consentiu nova recuperação.

“Tinha a sensação de que ia jogar contra uma portuguesa na primeira ronda e que ia ser a Pipa”, começou por revelar Hamaliy, entre sorrisos, na conferência de imprensa que se seguiu à vitória mais importante da carreira. “O primeiro set foi bastante duro, ela é uma jogadora mais de terra batida e eu tive algumas dificuldades em começar o jogo, estava sem saber o que fazer e a jogar um jogo defensivo, quando o meu jogo é agressivo. Mas depois comecei a ganhar confiança, entrei mais no campo e passei a conseguir fazer o que queria. Fico feliz por ter ganho em dois sets, significa que melhorei em relação aos encontros anteriores.”   

A viver em Portugal há 10 anos, Elizabet Hamaliy aguarda a conclusão do processo de naturalização e diz sentir-se mais portuguesa do que ucraniana: “Estou muito empolgada por obter a nacionalidade portuguesa porque vai ajudar-me a competir em torneios como o Campeonato Nacional e, se calhar, a Fed Cup, que é um sonho para todas as jogadoras. Quero muito ser portuguesa.”

Na segunda ronda do Oeiras Ladies Open, Elizabet Hamaliy vai defrontar a eslovaca Rebecca Sramkova, 10.ª cabeça de série e número 196 mundial.

Ana Filipa Santos também fez a sua análise ao encontro: “Entrei bem no jogo, a ganhar 4-1 e a fazer as coisas certas, mas depois senti que ela mudou a maneira de jogar e eu comecei a ficar presa e a sentir mais os nervos e as dúvidas. A bola começou a ficar curta, ela entrou muito bem no court e depois eu comecei a correr e a fazer ‘piscinas’”, lamentou a tenista natural de Santiago do Cacém, que é Mestre em Engenharia de Micro e Nanotecnologias e em 2021 está a apostar a 100% no ténis pela primeira vez.

A jornada desta segunda-feira também lançou a jogo Inês Murta (623.ª WTA), que não conseguiu reunir armas para derrotar a belga Maryna Zanevska (248.ª) e perdeu por 6-0 e 6-0 ao cabo de 70 minutos.

Apesar do resultado, a tenista algarvia de 23 anos teve várias chances para inscrever o nome no marcador do encontro, sobretudo em jogos de serviço, mas claudicou nos momentos decisivos e deixou escapar não só dois pontos de break, como quatro jogos discutidos nas vantagens.

“Especialmente no segundo set tive várias oportunidades e podia ter sido um pouco diferente. Mas no geral estou orgulhosa da minha atitude, apesar de ter sido um resultado bastante pesado acho que estive sempre presente no jogo do início ao fim, sempre com boa atitude e à espera que a minha oportunidade chegasse. Ela teve muito mérito, não me ofereceu muitos pontos. Por mais estranho que pareça, porque foi um 6-0 e 6-0, gostei bastante de voltar à competição”, adiantou, antes de explicar entre lágrimas as dificuldades que tem enfrentado. “Tenho tido dores no ombro direito. As dores começaram na primeira semana da pré-época, tem sido muita gestão de carga e fisioterapia todos os dias e não tenho conseguido fazer com que as dores desapareçam de vez. Tem sido complicado gerir porque eu quero muito treinar, mas tem sido muito à base de gestão de carga”.

A primeira ronda do Oeiras Ladies Open chega ao fim na jornada de terça-feira, dia em que a número um portuguesa e tetracampeã nacional, Francisca Jorge (463.ª WTA), defronta a holandesa Richel Hogenkamp (226.ª), que já pertenceu ao top 100 mundial.