Halep joga última cartada: «Se perder? Provavelmente é o fim da minha carreira»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Dezembro 16, 2023
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Jimmie48/WTA

Estão a chegar tempos absolutamente decisivos para Simona Halep. A antiga número um do Mundo foi suspensa por quatro anos depois de testar positivo para Roxadustat num controlo antidoping, mas vai ser finalmente ouvida no Tribunal Arbitral do Desporto entre os dias 7 e 9 de fevereiro. Em entrevista à Euronews, Halep reconhece que é a última cartada, embora permaneça de consciência tranquila.

INCRÉDULA COM RESULTADOS

Já passou mais de um ano e cada dia foi muito doloroso, emocional, perturbador, porque sei que não fiz nada de mal e que estou limpa. Foi um choque quando recebi a carta de que a minha análise de urina, só de urina, deu positivo com uma pequena quantidade de uma substância proibida. Sempre fui contra o doping. Fui muito explícita em relação a isso, nunca me passou sequer pela cabeça fazer algo assim. Lutei com o aspeto emocional porque pesava muito nos meus ombros e quando vi que se fala muito disto, realmente afetou a minha saúde mental.

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TÁTICA DE DEFESA

Disseram que tomei esta substância para melhorar o meu rendimento, mas está muito claro que houve contaminação. Três dias antes da análise positiva à urina, tive análises de sangue e urina negativas. Disseram-me que era uma quantidade extremamente pequena desta substância e nesses três dias não me podia ter dopado. Nunca quis fazer nada de mal com este desporto porque dediquei a minha vida inteira ao ténis. Tenho outros princípios, nunca pensei em fazer algo errado. Há duas coisas. A contaminação, que é um argumento muito forte. E as análises ao sangue. Fiz muitas análises e todas deram negativo, nunca encontraram nada. Com estes dois pontos confio que vou impugnar a decisão no TAD.

CARREIRA EM RISCO

Se perder? Sim, acho que pode ser o fim da carreira porque quatro anos é muito tempo na minha idade. E para uma desportista que durante 25 anos fez isto todos os dias e dedicou a sua vida ao ténis e ao desporto, não sei como será, mas é catastrófico. Se são quatro anos, não sei como farei. Provavelmente será o fim da minha carreira, sim. E por algo que não fiz e que não é minha culpa, ainda é mais catastrófico.

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O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt