Gauff recorda derrota em Wimbledon: «Desliguei o telemóvel e fui conectar-me com a natureza»

Por Nuno Chaves - Agosto 7, 2025

Depois da derrota nos oitavos de final em Montreal contra Victoria MbokoCoco Gauff já está em Cincinnati em mais um torneio para chegar ao US Open ao melhor nível.

A número dois mundial, que venceu o torneio de pares no Canadá, explicou a importância desta prova para o último Grand Slam da temporada e reforçou a importância de ter desligado do ténis após a derrota na primeira ronda de Wimbledon.

DERROTA EM WIMBLEDON

Sou alguém que faz as coisas com o pé no acelerador, por isso fiquei muito desiludida depois daquele jogo. Dizia aos meus pais que o ténis é duríssimo, porque podes viver um momento de euforia incrível e, duas semanas depois, sentires-te completamente vazia. Depois da derrota, desliguei o telemóvel e fui durante três dias para as nascentes da Florida, simplesmente para me conectar com a natureza e fazer um reset completo.

PRONTA PARA JOGAR AO MAIS ALTO NÍVEL

Agora sinto-me como se estivesse num jogo de corridas de carros e tivesse à disposição o botão do Nitro. É assim que me sinto. Este é o momento do ano em que quero dar tudo. Não necessariamente por ser americana, embora isso, claro, tenha alguma influência: é o último Grand Slam do ano, os últimos grandes momentos. Toda a atenção está centrada no US Open. Sinto que vou carregar no botão do nitro e deixar tudo em campo. É a altura do ano em que estás em campo e pensas: ‘Vou literalmente dar tudo de mim’. Se há um torneio pelo qual tenho de dar tudo, até ao limite, para o ganhar, é este — e vou fazê-lo.

MEMÓRIAS DO TÍTULO DE CINCINNATI EM 2023

Esse torneio reforçou a minha convicção de que podia vencer um Grand Slam. Nunca imaginei que isso acontecesse tão pouco tempo depois, nem pensei nisso quando o ganhei. Achei que iria acontecer eventualmente, mas já andava há algum tempo à procura desse grande título. Tinha 19 anos, já estava no circuito há algum tempo e as pessoas já tinham expectativas. Foi muito significativo, não só pela conquista em si, mas também pela forma como ganhei o torneio: derrotei a Iga, a quem nunca tinha vencido antes, e depois a Muchova, que estava a jogar de forma brilhante. Senti que foi um murro na mesa, algo que me fez acreditar que podia vencer as melhores.

JOGADORA MAIS MADURA

Sinto que cresci muito, mas, de certa forma, continuo a mesma. Parece que já estou aqui há imenso tempo, e às vezes tenho de me lembrar da idade que tenho, porque por vezes quero que as coisas aconteçam já, agora, neste momento. Depois olho para as minhas adversárias e para o sucesso que têm numa fase mais madura das suas carreiras, e vejo que estão num ponto muito mais avançado do que aquele em que eu estou. Tento lembrar-me disso, embora, por outro lado, também queira alcançar o máximo o mais depressa possível, claro.

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Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.