Gauff explica o que melhorou para finalmente avançar para os grandes títulos

Por Nuno Chaves - Agosto 22, 2023

Aos 19 anos, Coco Gauff conquistou em Cincinnati o título mais importante da carreira e vai para o US Open com confiança renovada e com o estatuto claro de uma das grandes candidatas ao título.

A norte-americana, depois de uma época de terra batida dececionante, veio com tudo para os Estados Unidos e promete dar ainda mais de si.

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CONFIRMAR AS EXPETATIVAS ALTAS

Foi uma etapa difícil porque eu sabia o que precisava de melhorar. Ia aos treinos e estava a trabalhar nisso mas depois não traduzia nos encontros, sabia que ainda podia melhorar muito nesses aspetos. Para mim, o mais importante foi o meu serviço, a minha direita e a minha resposta. Ganhei aqui porque fui capaz de quebrar o serviço, apesar de não ter servido tão bem como frente à Iga. Não estava tão nervosa mas foi uma combinação de muitas coisas depois de um encontro tão longo nas meias-finais. Creio que isto é o que te leva a ser uma campeã, como vais estar nos dias em que não te sentes tão bem. Fico feliz por ter seguido em frente.

REFERÊNCIA PARA A COMUNIDADE NEGRA

É algo em que procuro não pensar mas aumenta, por vezes, a pressão por saber que a comunidade está aí, uma comunidade de pessoas de cor que me admiram muito. Depois da retirada da Serena, as pessoas consideram-me a próxima líder do ténis ou assim. Eu não coloco esse rótulo porque a Serena é a GOAT por uma razão: é a melhor de todos os tempos. Não sei se poderei chegar tão longe como ela mas esse é o meu sonho. Para mim trata-se de dar o meu melhor dentro e fora do campo. Quero ajudar meninos e meninas como eu para que possam conseguir o que desejam.

IMPACTO DE GANHAR UM WTA 1000

Todas se esforçam muito neste nível, apesar dos Grand Slams serem onde há o maior esforço, mas este é o nível abaixo. Aqui a dificuldade é jogar encontros duros em dias seguidos, por vezes, é ainda mais difícil que num Grand Slam. Eu ao ser um pouco mais jovem talvez não tenha sentido aqui tanto o impacto. O mais complicado é mentalmente, vir de ganhar à Iga e depois ter de preparar outra batalha. Esta semana joguei com muitas rivais com pior ranking que eu, isso fez-me ter pressão porque sinto que tenho de ganhar mas não é tudo tão simples. Quando estás mais em cima, as rivais esforçam-se mais contra ti porque querem ganhar-te. Eu também fazia o mesmo. Neste nível, o mais complicado são os encontros consecutivos.

EXEMPLO PARA O US OPEN

Tento abraçar cada momento mas tenho claro que isto é um caminho longo. O mais importante que aprendi é que o caminho das outras não é para ti, não é o que vai acontecer contigo. Até o caminho que desejas para ti pode não ser para ti. Tens de dar tudo e é isso que vou fazer no US Open. Se as coisas vão bem, tudo é emocionante. Houve um tempo onde cometia muitas duplas faltas mas aceitei e continuei a trabalhar. Isso é o que vou ter de fazer no US Open. Este encontro ensinou-me muito, talvez me sirva durante toda a minha carreira.

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Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.