Gastão Elias rendido a Alcaraz: «Nunca fiquei tão impressionado com ninguém»
Gastão Elias vendeu bem cara a derrota, mas acabou mesmo por cair aos pés de Carlos Alcaraz, jovem prodígio que continua a dar muito que falar. E a verdade é que o português se juntou à lista de pessoas rendidas ao espanhol, ao ponto de garantir que nunca tinha sentido o que sentiu no Centralito.
“Estava a tentar lembrar-me de algum jogador que eu tenha defrontado com um estilo parecido e um nível assim. É realmente muito difícil dizer um nome. Já joguei com jogadores melhores mas que deixam jogar mais. Já joguei com jogadores 10, 20 ou 30 do mundo que deixam jogar mais do que este miúdo. Estou a falar de intensidade, qualidade técnica. Nunca joguei com uma pessoa tão nova com um nível assim. Joguei com o Felix Auger Aliassime quando ele tinha 17 anos, mas não se compara. Ele é muito especial porque há poucos jogadores mesmo no topo a jogar desta maneira, a bater tão forte na bola, com tanta inteligência e frieza. Não dá tempo para jogar. Tem uma direita como poucas no circuito, uma esquerda que te tira muito tempo e consegue fazer tudo. Estou a pensar em alguma coisa negativa para dizer… Nunca fiquei tão impressionado com ninguém como hoje”, considerou o português de 30 anos.
Além de confessar que preferia ter apanhado Alcaraz na final, Gastão Elias só lamentou o facto de ter desperdiçado uma vantagem de 5-2 na primeira partida. Por outro lado, comentou uma frase que disparou a meio do encontro. “Se eu tivesse a tua força…”, disse o lourinhanense a certa altura.
“Com 17 ou 18 anos tem o triplo do cabedal que tenho agora! Com 17 ou 18 anos jogava porreirito, mas não se compara a este homem. Rebentar a bola daquela maneira, a servir que nem gente grande, bater na bola como poucos.Não querendo ficar impressionado durante o jogo, fiquei…”, afirmou, antes de explicar a admiração por Alcaraz. “Já treinei com o Nadal, com o Federer e esse é à parte porque às tantas aparece na rede. Mas com o Nadal, por exemplo, até vais acabar por perder com um resultado mais claro, mas parece que é mais fácil. Deixa-te entrar no ponto e parece que podes jogar com ele. Com este sentia que qualquer coisinha que deixasse, rebentava logo a bola, vinha para cima de mim e não dava tempo para pensar. Não consegui desmontar o jogo. Tem alguma coisa especial”, sustentou.
Gastão Elias traçou ainda outra comparação, até porque, em entrevista ao Bola Amarela, já se havia mostrado a rendido a outro prodígio: Jannik Sinner. Como é que se comparam? “Ainda não joguei contra o Sinner, apesar de ser o que mais me impressionou. Do que tenho visto, apesar de não ter jogado com ele, acho que é dos que mais me impressionou. Não sei como vai ser a vida deste miúdo. Tem de se ver como ele joga em piso rápido, mas é óbvio que joga muito bem. Se não és bom no piso rápido não te safas. Para seres muito bom tens de ser completo em todos os pisos. É isso que acho do Sinner. Alcaraz vai fazer umas boas guerras com esse italiano!”, atirou, sempre bem-disposto.
Quanto a apostas de ranking é que Elias não se meteu nisso. “Se este homem não for dos melhores do mundo, o Ferrero deve ter feito algo muito errado (risos). Se se mantiver neste caminho, não tenho dúvida nenhuma de que vai ser dos melhores do mundo rapidamente. Se o ranking não estivesse congelado, já deveria estar perto dos 50 ou 60 do mundo”, sintetizou.