Ferrero: «Quando Alcaraz sente o cheiro a sangue é como um tubarão»

Por Pedro Gonçalo Pinto - Fevereiro 22, 2022
Alcaraz
Foto: Bruno Alencastro/Bola Amarela

Quem melhor do que Juan Carlos Ferrero para falar sobre a jovem estrela que mais expectativas gera no circuito masculino? Carlos Alcaraz é orientado pelo antigo número um do Mundo e já furou o top 20 depois de se tornar no mais jovem campeão de sempre de um torneio ATP 500. Ora, o treinador traça um perfil muito interessante de um prodígio que promete cada vez mais.

“Quando sente o cheiro a sangue é como um tubarão. Quando tem oportunidades, não fica a tremer. Sempre falámos de que é melhor tentar aproveitá-las com o seu jogo, mostrando todo o seu potencial, do que desperdiçá-las por não querer que fujam. A sua forma de jogar, a querer dominar o tempo todo, ajuda muito a lutar pelos encontros. Às vezes dá um erro ou um outro mas vale mais alegrias do que tristezas”afirmou ao El Larguero.

Questionado sobre o incrível crescimento físico de Alcaraz, Ferrero confessou que… já chega! “O trabalho está a ser feito há um tempo, acho que precisava de uma pequena transformação. Vendo o potencial que tinha a nível tenístico, há ano e meio sofria muito a nível físico quando jogava contra adversários muito bons que o levavam ao limite. Nunca pensámos que a nível muscular ficasse tão grande. Já disse ao preparador físico que está bom assim!”, disse entre risos.

E objetivos em termos do ranking? Ferrero não quer falar no top 10 mas… “Obviamente, entre nós falamos de objetivos, mas não temos um número particular, ou se calhar sim… Ele está com muita vontade, a jogar muito bem em piso rápido ou terra batida. O objetivo dele é estar bem nos grandes torneios, como agora em Roland Garros. O ranking simplesmente será uma consequência de estar a jogar ao nível em que se encontra. Se mantiver este nível ganhará muitos encontros”, admitiu.

Claro que as comparações com Rafael Nadal não podiam faltar nesta conversa. “Ele tem muito claro que é muito bonito ser comparado ao Rafa. Quero pensar que os espanhóis olham para o Carlos como a nova ilusão que está a jogar muito bem e que, quando os que cá estão se retirarem, seja ele e companhia a dar alegrias. Aceitamos as comparações muito bem, mas Rafa só há um e Carlos só há um. A partir daqui, cada um tenta escrever as suas páginas o melhor óssivel. Rafa tem um milhão de livros escritos e Carlos está a começar”, apontou.

O ténis entrou na minha vida no momento em que comecei a jogar aos 7 anos. E a ligação com o jornalismo chegou no momento em que, ainda no primeiro ano de faculdade, me juntei ao Bola Amarela. O caminho seguiu com quase nove anos no Jornal Record, com o qual continuo a colaborar mesmo depois de sair no início de 2022, num percurso que teve um Mundial de futebol e vários Europeus. Um ano antes, deu-se o regresso ao Bola Amarela, sendo que sou comentador - de ténis, claro está - na Sport TV desde 2016. Jornalismo e ténis. Sempre juntos. Email: pedropinto@bolamarela.pt