Federer: «As pessoas acham que o ténis é demasiado fácil para mim e que não treino»

Por José Morgado - Maio 25, 2020
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Roger Federer, a caminho dos 39 anos, soma nesta altura da sua carreira 20 títulos do Grand Slam, mas esteve quase cinco anos ‘parado’ nos 17 e muitos anteciparam que Wimbledon 2012 viria a ser o seu último troféu da categoria. Mas como tantas vezes na sua carreira, os suíço mostrou a sua qualidade para vencer o Australian Open em 2017 e 2018 e ainda Wimbledon em 2017.

Em conversa com Gustavo Kuerten, publicada nas redes sociais do brasileiro, Federer explicou que nunca teve dúvidas de que poderia voltar a ganhar um Major durante esse período mais difícil. “As pessoas dão sempre a entender que entre 2012 e 2017, quando não ganhei Grand Slams, que estava a jogar mal, mas isso não é verdade. Em 2013 tive um mau ano, com lesões nas costas, mas nos outros anos eu estive bem, ganhei a Taça Davis e cheguei a finais de Grand Slam. A verdade é que aquele foi o momento do Novak Djokovic e o Rafael Nadal continuou a ganhar Roland Garros. Eu nunca perdi a motivação porque senti que estava perto de voltar a ganhar. E depois veio a operação em 2016, a primeira da minha vida. Aí sim, foi surpreendente regressar tão forte e ganhar tanta coisa em 2017. Felizmente que a minha família e eu gostamos de viajar e temos levado esta vida com gosto.”

Federer lembra ainda que foi muitas vezes criticado no início da sua carreira por ser demasiado talentoso e não precisar de trabalhar tanto como os outros, mas assegura que tudo isso é uma falácia. “Eu treino, mas muitas vezes paguei no passado pelo facto de o ténis parecer demasiado fácil para mim. Porque quando as coisas correm bem, as pessoas acham que é fácil para mim, quando correm mal acusam-me de que poderia ter tentado um pouco mais. Foi difícil para mim encontrar esse balanço. Encontrei essa vontade de lutar, de trabalhar quando o Tony Roche me treinou, em meados da primeira década deste século. Agora com 38 anos estou a suar mais em court do que antigamente.”

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt