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Roger Federer: «A minha relação com o Nadal mudou»
O que começou por ser uma relação acanhada e pouco amistosa atingiu, no fim-de-semana passado, e à vista de todos, níveis de intimidade com que só os mais incorrigíveis românticos poderiam sonhar. Roger Federer e Rafael Nadal transformaram a Laver Cup num perfeito ninho de afeição e apego, para quebraram a barreira – rede, se preferirmos – que os separava há 16 anos e embebecerem os fãs de ténis.
“A minha relação com o Nadal mudou”, disse o suíço de 36 anos no rescaldo da prova exibição que juntou na mesma equipa os dois portentos da modalidade, conforme relata o Tennis World. “No início, ele era muito tímido e demonstrava sempre respeito pelos outros top 10 e por mim, principalmente por ser número um. Depois, à medida que o tempo foi passando, a sua personalidade melhorou e ele começou a aproveitar as oportunidades. Foi interessante ver como ele cresceu até se ter tornado o campeão que é hoje”, admitiu Federer sobre o jogador com que mais perdeu na sua carreira (23, em 37 encontros).
“Tivemos grande batalhas no court, problemas também, mas sempre tivemos um enorme respeito um pelo o outro. Partilhámos momentos muito intensos dentro e fora do campo, sempre de uma forma amigável. À medida que fui crescendo, fui percebendo a importância que ele tinha na minha carreira”, referiu o campeão de 19 títulos do Grand Slam.
Na linguagem dos afectos, estaríamos entre a esquizofrenia do ‘nem contigo, nem sem ti’ e a infantilidade do ‘quanto mais me bates mais eu gosto de ti’. “Ele vai ser sempre o meu maior adversário. Foi o jogador que mais me ajudou a evoluir e a tornar-me melhor jogador. Se ele não existisse, não teria vencido tanto (risos). A presença do Rafa era extra-motivante”, confessou.
A fazer de vela, como, de resto, nos últimos 16 anos, os fãs da modalidade assistiram e extasiaram-se com a forma tão livre de pudores como os dois ‘grandes’ do ténis atual se apoiaram mutuamente na prova-exibição. “Fomos uma equipa, treinámos juntos. Em algumas situações, quase que ficava contente quando eles me derrotavam nos treinos, porque era sinal de que estavam em forma. Se o Rafa – ou outro jogador – quisesse treinar numa determinada hora, por mim estava tudo bem. Ter passado uma semana em grupo, com o Rafa e os outros, foi muito especial”.
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