Entrevista a Diana Shnaider: «Nem sabia que tinham o prémio revelação!»

Por Bruno da Silva - Novembro 22, 2023
shnaider floripa
Cristiano Andújar/MundoTênis Open

Florianópolis, Brasil – Diana Shnaider tem apenas 19 anos e iniciou 2023 a lidar com o circuito da WTA e a universidade nos Estados Unidos, mas já atingiu o 60.º lugar do ranking mundial e acumula resultados expressivos no ano. Desde Roland Garros, a russa decidiu deixar o College e focar na sua carreira profissional, algo a que ainda se está a habituar. A sua trajetória na temporada, porém, rendeu ótimos frutos e ainda uma nomeação para Revelação do Ano.

Nesta semana, Shnaider, atualmente no 65.º lugar no ranking mundial, disputa o WTA 125 de Florianópolis e está a gostar sua passagem no Brasil. “Estava muito chuvoso no primeiro dia, mas o tempo é realmente bom. Faz um pouco de vento, o que alivia o calor. A área é tão boa e as pessoas são muito simpáticas.

Enquanto Shnaider estava em Florianópolis, a WTA revelou que ela tinha sido nomeada como uma das revelações de 2023. A jovem russa conta que foi informada uma semana antes que estaria na disputa e está orgulhosa de ser reconhecida.

“Honestamente, eu nem sabia que eles tinham esse prémio. Recebi um e-mail na semana passada a dizer que eu tinha sido indicada. Eu fiquei bastante surpresa, mas, claro, estou muito empolgada. Mesmo que não ganhe. Eu conheço todas elas, são todas ótimas jogadoras. Estou muito agradecida que eles me viram jogar, viram meu progresso, destacou.

shnaider rg

Shnaider foi à segunda rodada em Roland Garros | Foto: Jimmie48/WTA

Melhores momentos da temporada

Shnaider já havia vencido um título de WTA 125 em Montevidéu em 2022, mas foi neste ano que ela começou a aparecer com mais destaque no circuito principal. Ela jogou a chave principal em dois Slams e, em ambos, foi à segunda rodada. No Australian Open, deu muito trabalho para Maria Sakkari e, em Roland Garros, tirou um set de Bia Haddad. Além disso, em setembro, jogou a final do WTA 250 de Ningbo, na China, onde foi derrotada por Ons Jabeur na decisão.

“Acho que vou lembrar o jogo contra a Sakkari a minha vida toda. Foi o meu primeiro Major, foi muito especial para mim. Foi um grande jogo, aproveitei muito. Contra a Bia, também foi um grande jogo. Ela é muito simpática, uma jogadora muito boa. E jogar contra uma outra canhota, foi ótimo”, lembrou. “E Ons é uma jogadora muito difícil de jogar contra, foi a primeira vez que enfrentei ela, foi difícil para mim e ainda mais em uma final, completou.

Transição do College para o profissional

Apesar dos ótimos resultados, Shnaider admite que ainda está se adaptando com a transição do College para o profissional, já que passou a ser responsável por seus treinos, alimentação e logística. Atualmente, ela viaja com o pai para os torneios enquanto se adapta às novas exigências do circuito.

“Eu deixei a universidade logo antes de Roland Garros e é um pouco difícil porque tenho que criar os meus próprios processos. Antes, tudo era feito pelos meus técnicos, só precisava de seguir tudo que eles passavam e treinar. Agora, tenho que criar minha programação, tenho que procurar profissionais para trabalhar comigo, quem vai viajar comigo. Estou a trabalhar com meu pai e vamos ver como vai ser”.

A escolha do calendário é uma das coisas que Shnaider ainda está experimentando. Na tentativa de defender os pontos do título em Montevidéu no ano passado e manter seu ranking, a russa decidiu jogar os WTA 125 de Colina (caiu na estreia) e Florianópolis, enquanto a maioria do top 100 está descansando e se preparando para 2024.

Para mim, é difícil ficar sem jogar. Sei que muita gente está a descansar. Vou fazer a minha pré-temporada em dezembro, mas da gira da Ásia até dezembro é muito tempo sem jogar. É algo novo para mim. Talvez no futuro eu use esse tempo para descansar. Mas, por agora, eu prefiro jogar.

Em Florianópolis, Shnaider ainda está viva nas chaves de simples e duplas. Cabeça de chave 2, ela encara nesta quarta-feira (22) a a francesa Carole Monnet por volta de 12h (de Brasília), em duelo válido pelas oitavas de final.

Iniciei minha carreira no Jornalismo em 2013, ainda como estudante, como redator no portal VAVEL Brasil. Completei minha graduação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2017. No ano seguinte, assumi a posição de editor-chefe da VAVEL. Desde 2019, sou repórter do jornal O Município, em Brusque, segundo maior portal de notícias em audiência no estado. Trabalho principalmente na cobertura de política, mas também em geral, esportes, entre outras editorias. Em pouco mais de três anos atuando no jornal O Município, fui reconhecido por três prêmios de jornalismo estaduais. Em 2022, conquistei o prêmio Sebrae e o Fiesc, que é considerado o mais importante do estado de Santa Catarina. Em 2021, venci o primeiro lugar regional e o segundo estadual no prêmio Fapesc de Jornalismo em CTI – Ciência, Tecnologia e Inovação. Desde o início de 2023, assumi como editor da versão brasileira do portal Bola Amarela, referência na cobertura de tênis em Portugal e no Brasil.