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Entrevista com a heróica Laura Pigossi [parte II]: «Ténis brasileiro vai dar um grande boom»
O que será que acontece às redes sociais de uma pessoa que ganha uma medalha olímpica? Laura Pigossi sabe muito bem o que isso é! A brasileira de 27 anos conquistou o bronze em Tóquio e fez história para o ténis brasileiro, mas espera que esse feito ajude a motivar os mais novos. Ainda assim, a própria Pigossi quer continuar a sonhar e tem objetivos altos para 2022, como explicou na segunda parte da entrevista com o Bola Amarela. Leia aqui a primeira.
BOLA AMARELA – Sou português mas lembro de ver no Twitter muitos brasileiros a queixarem-se porque seus jogos com a Luisa não estavam a ser transmitidos na televisão. Sente que as coisas começaram a mudar depois daquele bronze?
LAURA PIGOSSI – As coisas começaram a mudar depois do bronze. Ganhámos muito mais visibilidade e foi um período de adaptação para entender o que tínhamos feito pelo Brasil. Na nossa cabeça não sabíamos o tamanho do que tínhamos feito. Nem sabíamos que tinha sido a primeira medalha do ténis. Entrámos em campo, demos o melhor e representámos o nosso país da melhor maneira possível. Teve muito mais visibilidade. Nas redes sociais, então… Tinha 6 mil seguidores e acabei com 86! Conseguimos algo muito bom para o ténis em geral, não só para nós. Os jogos da Luisa começaram a ser transmitidos na TV, algo que antes não acontecia. Houve uma grande mudança.
BA – Nas redes sociais foi bem clara a loucura porque deu aí um boom muito grande! Foi fácil lidar com tudo isso?
LP – Não foi fácil lidar com tudo isso. Tenho o meu Instagram, gosto de responder a todas as pessoas. Tive de me adaptar muito e entender que não ia conseguir responder a toda a gente, que estava tudo bem e não significava que não me iam continuar a mandar mensagens positivas. Todo esse apoio foi algo sensacional. Usámos muito isso pelo facto de as Olimpíadas não terem público. Resgatámos essa energia das redes sociais, que a galera estava a mandar para a gente. A gente conseguiu sugar essa energia boa.
BA – Falando um pouco do ténis brasileiro, é difícil não lembrar sempre o Guga. O que pergunto é se o panorama atual pode dar confiança de que o ténis brasileiro tem muitas alegrias para dar em breve, como aquela que você e a Luisa deram?
LP – O que mais espero é que esta medalha inspire as pessoas, principalmente a nova geração, a acreditar. Somos pessoas iguais a elas e elas podem alcançar o mesmo que alcançámos e até mais. É o que mais tentamos passar para todos os jogadores, eu e a Luisa. O Guga foi de grande inspiração. Lembro-me de mim, pequena, com mais jogadores da minha idade, a vê-lo jogar em Roland Garros e de quanto isso me inspirou. Nas Olimpíadas recebi uma foto dessas, de crianças a verem o nosso jogo… O ténis brasileiro vai dar um grande boom e espero que esta medalha seja um dos motivos de isso acontecer.
BA – Aqui em jeito de desafio. Imagine que tem poder de decidir o que acontece em 2022. Pode escolher um momento do seu jeito! Qual era a vitória que quer? Pode escolher o torneio, ronda, adversário, tudo!
LP – Se pudesse decidir o que acontece em 2022, escolheria jogar bem em vários torneios e conseguir entrar no top 100.
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