Entre a dor e a reconstrução, Dimitrov acredita: «Grandes coisas vão acontecer»

Por José Morgado - Dezembro 30, 2025

Grigor Dimitrov prepara-se para iniciar um novo capítulo da sua carreira no ATP 250 de Brisbane 2026, depois de meses particularmente duros marcados pela grave lesão no peitoral sofrida em Wimbledon, quando estava a dominar Jannik Sinner no All England Club. Um momento que mudou tudo e obrigou o búlgaro a uma paragem prolongada, acompanhada de uma profunda reconstrução física e pessoal.

O regresso não foi simples. Dimitrov admite que o verão foi “muito doloroso” e que houve fases em que não conseguia servir nem bater a direita. “Precisei de bastante tempo para voltar a fortalecer os músculos. Passei imensas horas no ginásio. Foi um processo longo e muito exigente, mas tive de aprender a ouvir o meu corpo”, explicou. Pelo caminho, contou com o apoio constante da sua nova companheira, Eiza González, a quem reconhece um papel importante nos momentos mais difíceis.

A lesão acabou também por precipitar mudanças estruturais na sua carreira. Dimitrov terminou a colaboração com Jamie Delgado e Daniel Vallverdú, reformulou o plano físico e escolheu Xavier Malisse como novo treinador. “O Xavier vai estar comigo. Dá-me clareza e confiança. Do ponto de vista físico, fiz uma reconstrução completa. São mudanças grandes, mas necessárias”, sublinhou o antigo número três do mundo.

Aos 34 anos, Dimitrov arranca a temporada fora do top-40, uma realidade pouco habitual para quem passou grande parte da carreira entre a elite. Ainda assim, desvaloriza o ranking atual. “A minha posição não reflete o meu nível. Sempre entro em campo para competir e para ganhar. Se me mantiver saudável e conseguir exigir-me nos momentos difíceis, coisas boas vão acontecer”, garante.

Consciente de que o caminho será exigente, Dimitrov apresenta-se renovado, confiante e com ambição intacta, determinado a provar que ainda tem muito para oferecer ao circuito.

Leia também:

Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com