Decisão de parar ATP foi tomada no Whatsapp: «Djokovic foi embora dos EUA antes disso»

Por José Morgado - Março 13, 2020
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O ATP Tour está suspenso até à semana do Millennium Estoril Open (cujo qualifying começa a 25 de abril) e aos poucos vão surgindo relatos de como correu o processo de decisão em relação a esta paragem, que partiu, tal como em muitas outras modalidades, dos jogadores. Taylor Fritz, número 24 ATP e futuramente número um dos Estados Unidos (assim que John Isner perder os pontos de Miami 2019), contou que tudo foi conversado e até votado… no WhatsApp.

“Conversámos todos através de um enorme grupo de Whatsapp que temos. Falámos, muitos dos jogadores do Player’s Council entraram no grupo e explicaram qual era a ideia deles, perguntando-nos qual a nossa opinião sobre o assunto. Alguns defendiam que deveríamos jogar à porta fechada, mas a maioria de nós pediu para parar”, começou por contar em entrevista ao ‘Tennis Channel’, antes de detalhar mais sobre o processo de decisão. “Muitos explicámos que viajar para certos locais era perigoso, mesmo sem fãs. Se um jogador apanhasse ia ser forçado a parar, podia pegar aos outros. Nós somos todos saudáveis e não estamos em risco, mas contactamos com outras pessaos que podem correr risco. O circuito não seria igual…”

Alguns jogadores queixaram-se de que não tinham sido informados nem tido voto na matéria e Fritz explicou que nem toda a gente está na tal conversa. O norte-americano de 22 anos revelou ainda que Novak Djokovic, presidente do Conselho de Jogadores, decidiu em relação à sua carreira mesmo antes de uma votação final. “A conversa de whatsapp tem alguns jogadores aleatórios. Foi criada há um ano e meio. O Novak Djokovic deixou os Estados Unidos antes da decisão ter sido tomada sobre a suspensão das provas. Ele tomou uma decisão pessoal antes de o circuito tomar qualquer uma. Ele não queria jogar.  Não sei a decisão foi unânime, mas o Player’s Council respeito a maioria dos jogadores. E a maioria queria parar.”

Recorde-se que outros tenistas como Rafael Nadal ou Gael Monfils, por exemplo, deixaram os Estados Unidos ainda antes de Djokovic, provavelmente tomando a mesma decisão do que o sérvio independentemente daquilo que acontecesse com o circuito. Até porque na sequência Donald Trump, Presidente norte-americano, proibiu durante 30 dias a reentrada de cidadãos da União Europeia no país…

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 13 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: josemorgado@bolamarela.pt