Coric dá o exemplo de Alcaraz e recorda passado: «Jogava ténis por jogar e treinava por treinar»

Por Nuno Chaves - Dezembro 18, 2022

Borna Coric regressou com tudo à modalidade e terminou a temporada no top 30, depois de várias épocas marcadas por problemas físicos e também resultados modestos. O croata, que jogou este fim de semana em Abu Dhabi, falou com o Arab News de uma forma muito aberta e explicou o que mudou em si para atacar (a sério) o ténis.

EXCESSO DE CONFIANÇA NA JUVENTUDE

Quando era 33 do mundo, provavelmente o meu melhor momento aos 18 ou 19 anos, fui incapaz de lidar com tudo. Pensava que ia ser muito mais fácil. Dizia: ‘Ok, agora estou a top 30, próximo ano serei top 15, no seguinte top 5 e no seguinte estarei como número um ou no top 3’. E deixei de trabalhar duro. Voltei muito auto complacente. Não melhorei o meu ténis e senti que esses três ou quatro anos, entre 2015 e 2019, estava ali, com o mesmo nível de sempre. O meu ténis com 18 e 22 anos é praticamente o mesmo. Se agora vês o meu ténis, sinto que ao menos há uma grande diferença em comparação com os 24 anos.

EXEMPLO DE CARLOS ALCARAZ

O que está a fazer é absolutamente incrível. É muito positivo para ele que tenha uma equipa tão boa. Sabem o que devem fazer para manter o nível, sendo número um ou estando abaixo na classificação. É um jogador fantástico, um talento fantástico e sei que é um grande rapaz, conheço-o bastante bem. Não tenho dúvidas de que se vai manter no topo. Se me perguntares a mim, estou convencido de que não seria capaz de suportar o que ele está a suportar com a sua idade.

UM NOVO CORIC

Provavelmente dei conta de que estava estancado e no mesmo sítio durante três anos. Dei conta que precisava de mudar algo. Precisava de me concentrar mais no meu jogo, precisava de estudar mais o desporto. Sempre trabalhei muito mas senti nestes três anos, que são muito importantes porque é uma idade em que podes melhorar muito e não te preocupas demasiado com outras coisas, que não evoluí. Jogava ténis por jogar, treinava por treinar mas não me centrava nas minhas debilidades, não pensava nos motivos das minhas derrotas. A minha mentalidade não estava tão centrada no ténis.

Jornalista na TVI; Licenciado em Ciências da Comunicação na UAL; Ténis sempre, mas sempre em primeiro lugar.