Coco Gauff e a carta aos Grand Slams: «Queremos muito mais»

Por José Morgado - Outubro 3, 2025

Coco Gauff continua a afirmar-se como uma das grandes favoritas no WTA 1000 de Pequim 2025. A norte-americana de 21 anos garantiu esta sexta-feira a qualificação para as meias-finais após derrotar a alemã Eva Lys em dois sets, um triunfo que, segundo a própria, lhe dá “muita confiança” para a reta final do torneio.

“Estou muito feliz por ter avançado hoje. A Eva é uma grande jogadora, movimentou-se muito bem, mas contente por ter vencido em duas mangas. Neste torneio tenho lutado imenso, isso é certo. Contra a Leylah foi o melhor que joguei frente a ela, porque também esteve fantástica, e ganhei por pouco. O mesmo contra a Belinda, no tie-break tive um pouco de sorte, com uma bola na rede que passou morta. Tem sido um torneio de remar, de manter-me em cada encontro. Hoje lutei, mas consegui fechar bem com o meu serviço, o que é importante para mim a longo prazo”, explicou a campeã do US Open 2023 e de Roland Garros 2025.

Para além do plano desportivo, Gauff também falou sobre a carta conjunta assinada pelos jogadores do top-10 mundial, tanto da WTA como da ATP, enviada aos quatro Grand Slams. O objetivo: exigir reformas no modelo económico do ténis. “A nível pessoal, olhando para o ecossistema do ténis a longo prazo, isto é realmente importante. Os Grand Slams geram muito mais riqueza do que ATP e WTA, mas a percentagem que destinam ao prize money é menor. Queremos que invistam mais no circuito global, não apenas no campeão, mas também nos jogadores da fase de qualificação. O número 200 ou 300 do mundo sofre para chegar ao fim do mês, e isso não acontece em outros desportos”, sublinhou.

A jovem admitiu ainda algum desconforto com a fuga de informação: “Trabalhámos em silêncio, pelo menos do lado feminino, com o Conselho de Jogadoras. Não queríamos que se tornasse público, mas sabíamos que podia acontecer. Prefiro que as coisas se resolvam em privado, mas às vezes é preciso pressão pública para mudar”.

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Apaixonei-me pelo ténis na épica final de Roland Garros 2001 entre Jennifer Capriati e a Kim Clijsters e nunca mais larguei uma modalidade que sempre me pareceu muito especial. O amor pelo jornalismo e pelo ténis foram crescendo lado a lado. Entrei para o Bola Amarela em 2008, ainda antes de ir para a faculdade, e o site nunca mais saiu da minha vida. Trabalhei no Record e desde 2018 pode também ouvir-me a comentar tudo sobre a bolinha amarela na Sport TV. Já tive a honra de fazer a cobertura 'in loco' de três dos quatro Grand Slams (só me falta a Austrália!), do ATP Masters 1000 de Madrid, das Davis Cup Finals, muitas eliminatórias portuguesas na competição e, claro, de 16 (!) edições do Estoril Open. Estou a ficar velho... Email: jose_guerra_morgado@hotmail.com